Morreu nesta segunda-feira (17), aos 91 anos, a atriz Jacqueline Laurence. Ela estava internada no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, Zona Sul do Rio, e sofreu uma parada cardíaca por volta das 2h20. As informações são do próprio hospital.
Nascida em Marselha, na França, em 10 de outubro de 1932, Jacqueline veio para o Brasil ainda adolescente, acompanhando o pai, o jornalista Albert Laurence. Começou a estudar teatro em 1955, fazendo parte da primeira turma da Fundação Brasileira de Teatro, a FBT.
Nos anos 1980, como diretora, participou do movimento teatral que ficou conhecido no Rio como Teatro Besteirol, e que projetou nomes como o de Miguel Falabella, Guilherme Karam (1957-2006) e Mauro Rasi (1949-2003).
![Jacqueline Laurence e Sérgio Mambert na peça 'O crime do Dr. Alvarenga', de Mauro Rasi, em 2000 — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/Ro5X4ygEB0P2nwRf3rGDbP_14sk=/0x0:1471x1814/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/9/c/WBBRLEQhCBVgOTXScj2w/40186633-17012000-divulgacao-sc-sergio-mambert-e-jacqueline-laurence-em-o-crime-do-dr.-alvaren.jpg)
Seu primeiro grande trabalho na TV foi na novela "Uma rosa com amor", na TV Globo, em 1972. A partir daí, foram inúmeros folhetins de sucesso, como "Dancin' Days" (1978), "Guerra dos sexos" (1983), "Bambolê" (1987), "Top model" (1989), "O dono do mundo" (1991), "Salsa e merengue" (1996), "Desejo proibido" (2007), todas da TV Globo. Chegou também a fazer novelas no SBT, Band e Manchete.
Em 2018, interpretou Gracita, avó da protagonista Kyra (Vitória Strada) na telenovela "Salve-se quem puder". Por conta da pandemia de Covid-19, no entanto, sua personagem acabou desaparecendo. Seu último trabalho na televisão foi uma participação especial em "Salve-se quem puder", em 2020.
No cinema, fez filmes como "Menino do Rio", de Antônio Calmon, em 1982; "Sonho de verão", comédia com Sergio Mallandro de 1990; "Polaróides urbanas", de Miguel Falabella, em 2008. O mai recente foi "Jovens polacas", de 2020, dirigido por Alex Levy-Heller.
Sem herdeiros diretos
Jacqueline não se casou, nem deixou filhos. "Sempre tive um mau gênio e sempre respondi à altura. Não casei nem tive flhos, creio que por haver custado a me adaptar ao Brasil, por ter que tomar conta dos meus irmãos, ainda que tivesse pais vivos. Além de perceber que o teatro me ocupou muitos espaços. Sofri muito para perder meu sotaque. E os namorados que tive acabaram por ser, circunstancialmente, namorados", disse a atriz em entrevista ao site de Heloisa Tolipan em janeiro deste ano.