Cultura
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Por — Nova York*

Já se passaram quase 27 anos desde que o mundo conheceu a história do garotinho orfão — e negligenciado pelos tios — que recebeu o convite irrecusável para fazer parte de uma escola de magia e bruxaria onde seria recebido como celebridade e, então, se tornaria herói. A partir de tal convocação insólita, o menino chamado Harry Potter embrenhou-se numa realidade onde poções, varinhas mágicas, vassouras voadoras e toda sorte de feitiço não eram brincadeira de criança, mas sim uma realidade séria e estudada em seus pormenores.

Desde aquele ano de 1997 em diante, o sucesso da saga que contaria a jornada de Harry Potter e seus colegas bruxos espalhou-se como rastilho de pólvora para o cinema, diversos lançamentos do mercado editorial (vem aí um livro de receitas), um sem-fim de produtos licenciados, os palcos da Broadway e — finalmente – o mercado de exposições. A maior novidade do tipo, que ganhou o objetivo nome de “Harry Potter: The Exhibition” e desembarca no Brasil a partir de 22 de agosto para uma temporada inédita na Oca do Parque do Ibirapuera, na capital paulista. Os ingressos para a atração (que custam a partir de R$60) já estão a venda.

Os organizadores informam que a mostra deve ficar em cartaz até, ao menos, o mês de outubro.

O dragão e o ovo de ouro no torneio tribruxo: point para fotos — Foto: Divulgação
O dragão e o ovo de ouro no torneio tribruxo: point para fotos — Foto: Divulgação

O modelo brasileiro seguirá os moldes da “exhibition” em cartaz na cidade de Nova York. A diferença, explicam os organizadores, é que na cidade de São Paulo, dada a dimensão da Oca, a mostra terá ainda mais espaço para trânsito dos visitantes que poderão, entre outras atividades, criar um feitiço em telas interativas, adentrar em ambientes que recriam as salas de aula em Hogwarts, além de ver uma série de trajes que fizeram parte das gravações de diversos episódios da cinessérie iniciada em 2001, com o aclamado “A Pedra Filosofal” até a nova leva de filmes sob a saga dos "Animais Fantásticos".

— Nossas pesquisas junto aos parceiros da Warner Bros. mostraram que os fãs brasileiros de Harry Potter representam um dos maiores mercados do mundo (sobre o tema). Em Paris, nós recebemos 600 mil visitantes nessa exibição. Então, para nós uma meta seria ultrapassar o milhão de visitantes no Brasil — diz Tom Zaller, presidente e CEO da Imagine Exhibitions, responsável por criar a exposição. — A versão brasileira será maior do que a norte-americana, pois há mais espaço. A exibição em São Paulo será uma premiere global, ninguém viu ainda. Mas será muito similar ao que há nesse momento em Nova York. Criaremos um novo espaço, com peças também originais.

Não há planos, contudo, para levar a exposição ao Rio, mas Tom explica que não há restrição à visita. Será preciso, contudo, avaliar a demanda diante da chegada da mostra em terras brasileiras. A principio, portanto, a exibição será restrita à capital paulista. Para se ter uma ideia do tamanho da operação que envolve a montagem no Brasil, são esperados cinquenta containers com o material tecnológico e cenográfico que fazem parte da exibição.

O grande trunfo da mostra, reconhecem os organizadores, é ser interessante para quem é absolutamente inserido em todos os detalhes da história criada por J.K. Rowling, mas também oferecer diversão o suficiente aos pouco iniciados no mundo de Harry Potter — os trouxas, como são chamados os não-bruxos dentro da saga. Portanto, embora seja oferecido conteúdo interativo que explica minúcias do design de uma peça de roupa usada por um personagem, o visual da exposição se impõe como o auge da visita. E é capturado constantemente por telefones celulares.

Quadribol (só que no chão): uma das atrações da exibição — Foto: Divulgação
Quadribol (só que no chão): uma das atrações da exibição — Foto: Divulgação

Não é feitiçaria, é tecnologia

Nesse sentido, ganham destaque ímpar as salas que repetem o modelo de cenários vistos nos filmes, caso da toca do amigável personagem Rúbeo Hagrid. Por tratar-se da residência de um gigante, o local conta com móveis que abusam do tamanho, como uma poltrona que faz qualquer adulto parecer criança, ou a xícara de café capaz de abarcar uma quantidade absurda de bebida e que está estrategicamente depositada sobre a mesa — também enorme. Ao lado do que a série chama de "floresta proibida", dá pra dizer que o lugar tem um cheirinho específico de madeira misturado com grama verdinha.

Alia a cenografia com a tecnologia o espaço em que há uma espécie de estufa para os estudos de "herbologia", remontando a cena do filme “A Câmara Secreta”. A graça da vez no espaço é tentar arrancar mandrágoras (de mentirinha, é claro) de dentro de seus vasos, como foi ensinado na classe dos bruxos, vista por milhares de fãs, no cinema. Ao puxar o caule para o alto, ouve-se um grito estridente por toda a sala emitido pelas plantas, em alto-falantes, como sinal de revolta. Arranca risadas de crianças e adultos.

Também faz sucesso o ambiente que recria o pequeno quarto de Harry Potter na casa dos tios, na já afamada Rua dos Alfeneiros, número 4. Montado embaixo de uma escada, o diminuto cômodo é simples mas figura como pitstop quase incontornável aos que querem se sentir como Potter, por ao menos alguns instantes. Também ganha destaque especial a ala que recria o salão principal de Hogwarts, onde há velas cinematográficas pairando sobre a cabeça dos visitantes, presas por cordinhas quase invisíveis, além de bonitos vitrais que lembram bem o ambiente da saga cinematográfica.

Sentir-se parte da dimensão bruxa é, na verdade, a tônica da exposição. Logo na chegada, os visitantes recebem uma pulseira que repete o mecanismo de funcionamento dos cartões por aproximação (aos que já foram ao Lollapalooza, trata-se da mesma tecnologia de pulseira que permite o pagamento sem cartões ou dinheiro). Ao recebe-la, o visitante informa seus dados pessoais, tira uma foto e, entre outras coisas, diz qual casa de Hogwarts se identifica mais (pode ser Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa ou Corvinal).

Essas informações ficam salvas no mecanismo inteligente do acessório e acompanham o visitante em toda a jornada da mostra — que dura por volta de 1h30, em média. A cada ala da exposição, o visitante é convidado a cumprir uma tarefa. Pode ser jogar um feitiço, conjurar um animal defensor (originalmente chamado de “patrono”) ou vestir o chapéu seletor. Ao chegar ao fim da jornada, ganha-se pontos para sua casa em um painel virtual. Spoiler: em Nova York, a Grifinória, casa de Harry e seus amigos Rony e Hermione, leva a vitória de lavada.

Não há, em toda a exposição, algum recurso inimáginável ou nunca visto em tecnologia, mas trata-se de seu uso inteligente — com função distinta em cada um dos ambientes da exposição — que faz a mostra ser interessante e ganhar ares de caminhar um passo a frente de outras mostras temáticas que já chegaram ao país. Fora do ramo interativo, a exposição também conta com uma série de trajes dos filmes e até da peça “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, ganhadora de seis cobiçados prêmios Tony Awards e também escrito pela criadora da saga, a britânica J.K. Rowling. Essa parte, contudo, deve atrair mais atenção dos fãs mais fervorosos.

Por falar na autora da história, a escritora — que recentemente tem se envolvido em polêmicas relacionadas à transfobia — não ganha papel de destaque na exposição. E, a bem da verdade, não faz falta. A magia brilha por si só.

*A repórter viajou a convite das produtoras 30e e Dueto.

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