Cultura
PUBLICIDADE

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

Viúva de João Carreiro — cantor sertanejo que morreu, aos 41 anos, na última quarta-feira (3) —, Francine Caroline citou a dor do luto e prestou homenagem ao artista, por meio das redes sociais, neste domingo (7). "Cadê meu amor que, quando eu sinto dor, me socorre? Cadê o meu colo que, quando eu choro, me acolhe", ela escreveu, por meio dos Stories do Instagram, ao reproduzir um trecho da letra "Cadê", do compositor e violeiro mato-grossense.

Em outra publicação, a influenciadora digital abriu um registro recente que havia feito ao lado do marido, numa ocasião em que foi buscá-lo de carro após uma apresentação. Nas imagens, é possível vê-la esperando o cantor sair do ônibus de sua equipe e entrando no veículo que ela dirige. Em seguida, o casal se beija.

Viúva de João Carreiro resgata registro recente ao lado do cantor — Foto: Reprodução/Instagram
Viúva de João Carreiro resgata registro recente ao lado do cantor — Foto: Reprodução/Instagram

Quem era João Carreiro?

João Carreiro era um dos grandes nomes da música sertaneja. O cantor iniciou a trajetória artística em sua cidade natal, Cuiabá, no Mato Grosso, e ganhou projeção nacional, sobretudo entre o público jovem e universitário, depois de formar a dupla João & Capataz, ao lado do colega Hilton Cesar Serafim.

Graduado em administração de empresas, o compositor, violeiro e intérprete João Sérgio Batista Corrêa Filho se notabilizou pela defesa da cultura de viola caipira num cenário marcado pela crescente modernização do gênero sertanejo. "Meu pai sempre escutou Tião Carreiro & Pardinho. Para mim, consequentemente, não foi diferente. Cresci escutando isso, e sempre fui até muito bitolado nessa parte da viola e do cantar grave", contou ele, em entrevista ao canal do jornalista André Piunti, em outubro de 2021.

Sertanejo João Carreiro não resistiu a uma cirurgia cardíaca — Foto: Douglas Melo/Reprodução Instagram
Sertanejo João Carreiro não resistiu a uma cirurgia cardíaca — Foto: Douglas Melo/Reprodução Instagram

Ao lado de Capataz, o artista se tornou um dos principais destaques entre os nomes da nova geração sertaneja dos anos 2000, misturando a viola caipira com elementos de estilos como o rock e o funk. Depois de a música "Bruto, rústico e sistemático", presente no álbum "Os brutos do sertanejo", integrar a trilha sonora da novela "Paraíso" (2009), da TV Globo, a dupla conquistou um número maior de ouvintes e obteve sucesso em nível nacional. Em 2011, outra canção foi destaque num folhetim televisivo — "Xique bacanizado", tema da trama de "Araguaia".

No projeto musical "Lado A e Lado B", de 2011, a dupla voltou às raízes ao gravar 21 músicas do sertanejo tradicional — interpretadas pela voz grave dos cantores —, sendo 15 delas inéditas. A continuação do projeto veio com com o trabalho "Lado B", com outras 18 músicas de João Carreiro.

É da dupla, também, sucessos como "O que essa moça fez aqui?", "Volta pro meu coração" e "É pra cabá (Pequi do Goiás)", todas composições de João Carreiro.

Morte de João Carreiro:

  • O cantor sertanejo João Sérgio Batista Corrêa Filho, mais conhecido como João Carreiro, de 41 anos, morreu nessa quarta-feira, após uma cirurgia cardíaca.
  • Francine Caroline, mulher do músico, chegou a postar mensagens nas redes sociais pedindo orações, após a operação para colocar uma válvula no coração.
  • Antes da cirurgia, ele gravou um vídeo dizendo que ficaria uns dias afastado das redes sociais para cuidar da saúde.

"Quando comecei, havia um preconceito com a viola caipira. Quando que você ia ouvir uma moda caipira numa rádio FM às duas da tarde? Eu escutava muito dos outros que esse estilo não 'vendia'. E eu ficava puto com isso, com o perdão da palavra. O povo tachava os caipiras como gente que não tinha competência. E aí me dediquei muito nessa parte de composição, de mostrar para os outros que, não era porque a gente era caipira, que a gente não sabia também fazer outras coisas", contou ele, na mesma entrevista a André Piunti.

Em 2014, João interrompeu a parceria com Capataz e se afastou dos palcos para tratar problemas de saúde mental. À época, ele revelou que enfrentava uma depressão e sintomas de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). "Eu estava com filhinha pequena, e a gente estava estourado. E aí eu lembrava do meu Cuiabá, da época em que tocava uma vez por semana num barzinho, ganhava um trocado e já estava feliz, sabe?", afirmou ele, na mesma entrevista, ao relembrar o fim da dupla: "Queria viver um pouco com a minha família, com a minha filha, com a minha esposa. Era uma dor no coração".

Desde o fim da dupla, João Carreiro não mantinha qualquer tipo de contato com Capataz. O encerramento da parceria artística determinou também o término da amizade de ambos, como os próprios relatavam. "A gente se separou de vez. Fiquei muito chateado. Quando acabou a dupla, ele (Capataz) arrumou um cara que canta igual a mim, colocou um nome parecido com o que era o nosso. Achei sacanagem... Eles trabalharam em cima do meu repertório. Sou meio rancoroso", disse João Carreiro.

Sumiço após depressão

Nesse período, João Carreiro se afastou totalmente do cenário artístico para tratar uma depressão, doença que já vinha lidando há tempos. Em meio à pressão de pessoas próximas para que ele não abandonasse a carreira (e a dupla com Capataz), ele desenvolveu o TOC.

João Carreiro — Foto: Reprodução
João Carreiro — Foto: Reprodução

"Como me senti traído, passei a não acreditar em mais em ninguém. Na minha cabeça, via as pessoas que eu amava e gostava judiando de mim. E era como se todo mundo me judiasse mesmo. Eu criava cenas na minha cabeça, e era tudo muito real. Pensava que eu era profeta do meu destino, e que tudo o que imaginava iria acontecer mesmo", explicou ele.

"Num dia, por exemplo, meus primos de Cuiabá foram me visitar. E quando eles falaram que iriam me visitar, minha cabeça formou uma cena com eles me batendo, me judiando, me matando, me levando embora... E eu chorava e falava para a minha esposa que eles iam me pegar. Era coisa de louco, pois eu acreditava friamente que aquilo ia acontecer", relatou o cantor, em desabafo acerca do diagnóstico de TOC, caracterizado, em seu caso, pela "repetição contínua de imagens de tragédia na mente", como contou.

Retomada da carreira

João retomou a carreira em 2018, com o projeto "Brutos de verdade – Jads & Jadson e João Carreiro – O encontro mais bruto da música sertaneja!". Em 2023, ele participou do projeto "Fazendinha Sessions", ao lado de nomes como Ana Castela, Hungria, LP, Us Agroboy, Felipe Amorim e DJ Chris no Beat.

João Carreiro deixa a esposa, Francine Caroline, e duas filhas — a mais nova, Helena, tem 5 anos.

Mais recente Próxima Quatro meses após acidente, Kayky Brito reaprende a andar de bicicleta: 'Começando do zero'
Mais do Globo

Em 2022, cantora deu fim a relacionamento de seis anos com o produtor musical Sérgio Santos, em divórcio marcado por disputa financeira

Antes de traição de Yuri Lima, Iza viveu outro término traumático com o ex, há dois anos; relembre

Festejos de São João animam a programação; confira os eventos de 11 a 14 de julho

Agenda de festas juninas no Rio de Janeiro: de Forróçacana a arraiá na Quinta da Boa Vista

Declaração conjunta apresentada pelos países ocidentais na quarta-feira representou primeiro reconhecimento da aliança sobre papel chinês na guerra

Otan acusa China de ser 'facilitador decisivo' da Rússia na Ucrânia e alerta sobre 'custo'; Pequim critica 'motivação sinistra' da aliança

Cantora recebeu o apoio da influenciadora nas redes após expor traição do ex-namorado

Karoline Lima manda mensagem para Iza e web alfineta: 'Militão vai descansar um pouco e Yuri assume o posto dele'

Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal

'Abin paralela': PF mira ex-servidores de agência e influenciadores do gabinete do ódio

COB fecha números do Time Brasil e dos 277 atletas classificados, 153 serão mulheres

Pela primeira vez na história, mulheres serão 55% da delegação do Brasil nas Olimpíadas de Paris

Principal diferença de artefato é custo benefício, já que normalmente países empregam equipamentos milionários para abater drones de baixo custo

Coreia do Sul desenvolve arma a laser capaz de derrubar drones com disparo ao custo de R$ 8

Homem de confiança de Ramagem, Marcelo Bormevet comandava o Centro de Inteligência Nacional da Abin

'Abin paralela': ex-segurança da campanha de Bolsonaro, policial federal é alvo de nova operação da PF contra monitoramento ilegal