Sucesso na década de 1980, o baixista Andy Rourke morreu, aos 59 anos, vítima de câncer de pâncreas. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira, pelo guitarrista Johnny Marr, de 59. Juntos, os dois fizeram parte da banda britânica de rock The Smiths, um dos grupos mais influentes do gênero no século XX.
Rourke estava internado no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, nos Estados Unidos, onde fazia um tratamento contra um câncer de pâncreas.
"Com profunda tristeza anunciamos o falecimento de Andy Rourke após uma longa doença com câncer de pâncreas", escreveu Marr em sua conta no Twitter. "Andy será lembrado como uma alma gentil e bela por aqueles que o conheceram e como um músico extremamente talentoso pelos fãs", acrescentou o artista.
Os Smiths se formaram no norte da Inglaterra, na cidade de Manchester, em 1982 e se tornaram uma das bandas mais famosas da época, com álbuns como "The Queen is Dead", lançado em 1986, e canções marcantes como "There is a light that never goes out”, "How soon is now" e “This charming man", que ajudaram a popularizar o grupo em todo mundo.
A banda chegou a ter outros baixistas antes que Marr convidasse o jovem Rourke, seu amigo de infância, para se juntar ao time. Em 1984, o grupo alcançou pela primeira vez o top 10 das baradas britânicas com o hit "Heaven knows I’m miserable now".
Com o sucesso, Rourke acabou desenvolvendo uma dependência em heroína, que chegou a atrapalhar sua relação com o grupo. Em 1986, quando a banda vivia seu momento mais quente, ele chegou a ser demitido pelo vocalista e compositor Morrissey, sendo readmitido pouco depois.
No ano seguinte, em 1987, Os Smiths se separaram em definitivo após quatro álbuns lançados. Dois anos depois, Rourke se juntou ao bateirista Mike Joyce em um processo judicial contra Marr e Morrissey. A dupla pedia uma parcela maior dos direitos autorais do grupo. Eles tinham apenas 10% dos royalties.
Tempos depois, Rourke desistiu do processo e fechou um acordo em que recebeu pouco mais de R$ 500 mil. Joyce manteve o processo e conquistou mais de R$ 6 milhões, na conversão atual.
A amizade entre Rourke e Marr sobreviveu ao processo. Morrissey, no entanto, passou a adotar um discurso cada vez mais reacionário. Em 2019, ele apareceu em um programa de televisão americano com um símbolo de um partido britânico de extrema-direita.
Ao longo das décadas, foram inúmeros os rumores de retorno da banda, o que nunca ocorreu. Em livro publicado em 2016, Marr contou que os Smiths quase se reuniram em 2008, quando ele e Morrissey se reencontraram em um bar e relembraram parte da trajetória. Os dois chegaram a conversar seriamente sobre a possibilidade até que Morrissey parou de respondê-lo e a relação voltou a esfriar.
No livro, Marr fala que Rourke seria bem-vindo no retorno da banda, mas que eles precisariam buscar um novo baterista, mostrando que a relação com Joyce nunca foi a mesma após o processo.
Após deixar a banda, Rourke tocou com Sinéad O'Connor, chegando a participar do álbum "I do not want what I haven't got" (1990), e gravou com o grupo The Pretenders, participando de faixas de disco "Last of the independents", de 1994.
Em 2007, Rourke formou a banda Freebass com os baixistas Gary Mounfield (ex-Stone Roses) e Peter Hook (ex-New Order). Dois anos depois, já morando em Nova York, se uniu a Dolores O'Riordan (The Cranberries) e Olé Koretsky no grupo D.A.R.K..