Música
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Por Gustavo Cunha

"Melhor chegar para trás, para o senhor não sentir nosso cheiro", avisou a moradora de São Cristóvão, bairro da Zona Norte carioca, à reportagem do GLOBO. A manicure de 25 anos enfrentou sol, frio, fome "e três dias sem tomar banho", como ela acrescenta, para garantir ingressos para o show de Taylor Swift, que vem ao Brasil, em novembro, apresentar a turnê "The eras". A jovem estava no segundo lugar da fila que se formou desde o último sábado (10) ao redor do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro. Na manhã desta segunda-feira (12), ela e outras centenas de fãs da cantora americana concluíram, enfim, a maratona embalada por gritos, choros e barracas de acampamento.

— Dormi no sereno, e estou delirando. A fila do banheiro químico é de pelo menos 20 minutos. Não sei como estou de pé, só a base de água e fruta há quase três dias — relatou. — E todo mundo olha torto para mim, só porque estou na frente da fila. Isso aqui é quem nem os Mezenga contra os Berdinazzi (da novela "O rei do gado"). Quem está no fim da fila não gosta de quem está na frente.

Fila para ingressos de Taylor Swift reúne centenas de fãs em Rio e SP

Fila para ingressos de Taylor Swift reúne centenas de fãs em Rio e SP

O clima era de intriga, de fato. Poucos passos atrás da mulher estudantes com espinhas no rosto afirmavam que quem estava na frente da fila era, a rigor, cambista. Nesta manhã, pouco antes das 10h, quando foi liberada a venda dos bilhetes, um dos jovens apontou para a mulher e disse que tudo nela era falso. Ela ouviu as acusações e pediu ao GLOBO, reiteradamente, que não aparecesse em nenhuma foto. Depois, deu de ombros quando questionada, mais uma vez, se era cambista ("Tenho cara disso?", limita-se a dizer).

— Ela não sabe cantar nada da Taylor. Houve zero interação com quem realmente é fã. Ela e outros que estão na frente da fila nem sabem quem é Taylor Swift — reclama a estudante Maria Clara, de 15 anos, ao lado de uma turma de jovens nos primeiros dez lugares da fila. — Vim só com a roupa do corpo para cá e conheci grandes amigos. Todo mundo se ajudou. Meu padrasto trouxe barraca de camping, cobertor... Pedimos comida junto por aplicativo. Abri até a minha a casa, que fica a dez minutos daqui, para uma de minhas novas amigas tomar banho. Já estamos todos combinando de irmos juntos ao show.

Perrengue não faltou por ali. A reclamação geral era com a presença de cambistas — que de fato dividiram espaço na fila (à paisana) com os fãs. Às 11h, diante da possibilidade de os ingressos se esgotarem, a multidão de fãs começou gritar xingamentos coletivos. Os suspeitos fingiam que não ouviam. E respondiam que eram fãs, sim.

— Eles estão tudo comprando para revender depois. E a gente, que quer garantir o ingresso das nossas crianças, fica prejudicada. Tem que haver punição e fiscalização — indignava-se Andreia Xavier, esteticista de 52 anos que acompanhava a filha, de 19, na fila. — Para ser sincera, não gosto de Taylor Swift. Mas só Deus sabe o que a gente faz para os filhos, né?

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