Não é fácil ser fã de Taylor Swift. Nesta segunda-feira (12), parte dos fãs da cantora - que se apresenta no Brasil, pela primeira vez, em novembro - ficou à míngua, sem ingressos, após enfrentar duas noites numa fila ao redor do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na Zona Norte carioca. Diante da alta demanda, a produção do show anunciou datas extras no Rio de Janeiro e em São Paulo. A venda geral para as novas datas ocorre no dia 22 de junho - antes, no dia 19 de junho, clientes do C6 Bank terão prioridade.
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Quem ficou com as mãos vazias já se prepara agora para uma fila que deve ser ainda mais longa do que a se viu nesta segunda-feira. Fãs da cantora organizam um acampamento à frente do Engenhão para garantir os bilhetes. Jovens ouvidos pelo GLOBO apontam má organização na produção do evento e questionam o fato de as meias-entradas terem esgotado após a centésima pessoa na fila realizar a compra.
— Cheguei aqui às 14h de domingo, madruguei, trouxe comida... E nada! É revoltante — lamenta o estudante Felipe de Souza, de 26 anos. — A gente viu, no início da fila, um monte de cambistas, comprando vários ingressos com uma lista de CPFs. Como pode? Agora estamos nos programando para chegar aqui na quinta ou na sexta-feira. Se bobear, vai ter gente aqui amanhã. Faremos um esquema de revezamento na fila. A gente que é fã se ajuda, sabe?
Cambistas à solta
Procurada pelo GLOBO para comentar as reclamações, a produtora TF4 não retornou o contato. Nesta segunda-feira, o GLOBO esteve no Engenhão e presenciou pelo menos 15 cambistas negociando ingressos bem próximo à bilheteria. Sem cerimônia, sem fingimento, sem vergonha.
Um deles, ao identificar a reportagem, admitiu que é cambista e pediu que não fosse identificado.
— Você sabe, sim, com o que a gente trabalha. Mas no Rio de Janeiro, é isso... A gente tem que se virar como pode, né? Não falo mais do que isso — afirmou o cambista, ressaltando que "cada um ali trabalha por si", ao negar que faça parte de uma quadrilha.