Música
PUBLICIDADE

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

O advogado da família da Marília Mendonça precisou acionar a Justiça depois que fotos, supostamente da autópsia feita no corpo da cantora no IML, vazaram nas redes sociais nesta quinta-feira (13). No dia seguinte, a mãe da artista, Ruth Moreira, fez um desabafo nas redes sociais pedindo respeito à memória da filha, e a Superintendência de Informações e Inteligência Policial da Polícia Civil de Minas Gerais abriu uma investigação interna do caso. A família suspeita que as imagens tenham sido vazadas de dentro da própria polícia.

Ouvidos pelo GLOBO, a professora da PUC-Rio e da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro Livia Leal, e o advogado especialista em crimes cibernéticos Luiz Augusto D’Urso afirmam que o vazamento e o compartilhamento dessas imagens é crime com pena prevista, e que a família da cantora pode buscar na Justiça também uma indenização por dano moral.

No momento em que for comprovado que as fotos vazadas saíram do inquérito policial, será necessária a apuração da responsabilidade civil, administrativa e penal dos funcionários responsáveis pelo armazenamento desse material.

— O corpo permanece protegido pela lei, como forma de preservar a memória da pessoa falecida, não pode ser tratado como coisa — explica Livia Leal. — O Código Penal brasileiro dedica um capítulo inteiro aos “Crimes contra o respeito aos mortos”, estabelecendo sanções para condutas como impedimento ou perturbação de cerimônia funerária, violação de sepultura, destruição, subtração, ocultação ou vilipêndio de cadáver, que é o crime contra o respeito aos mortos.

Sobre o ato de divulgar, de algum modo, imagens de uma pessoa morta, o advogado especialista em crimes cibernéticos Luiz Augusto D’Urso afirma que pode se configurar crime de vilipêndio a cadáver, e a pena pode chegar de 1 a 3 anos de reclusão.

— Isso se dá porque a previsão legal serve exatamente para não permitir que as pessoas desrespeitem ou façam qualquer tipo de “chacota” com aquele cadáver. Então, o compartilhamento desse conteúdo, das imagens de um cadáver, principalmente quando são figuras populares, conhecidas e famosas, configuram esse crime — explica.

A professora Livia Leal afirma ainda que o Código Civil prevê que os familiares podem ajuizar uma ação cível para obter a remoção desse conteúdo e também reparação civil pelos danos decorrentes desse fato.

— Entendo que aqueles que compartilham esse conteúdo claramente lesivo também são responsáveis civilmente pela reparação do dano, mas cada conduta ser analisada individualmente. No caso do provedor (caso a imagem seja divulgada em uma rede social, por exemplo), pode haver uma ordem judicial para que o conteúdo seja removido. Se não o fizer, o provedor também será responsável civilmente, nos termos do artigo 19 do Marco Civil da Internet — completa Livia.

Além disso, os familiares de Marília Mendonça poderiam, segundo o advogado, acionar na Justiça o requerimento de indenização por dano moral reflexo, ou seja, o crime contra a memória da cantora atinge os familiares.

— Eles também são vítimas nessa história. Pode haver uma situação de dano moral reflexo. Isso significa que, ao vilipendiar o cadáver de um famoso, aquele ato atinge os familiares que aqui estão, e eles poderiam acionar a Justiça para requerer indenização — diz Luiz Augusto, que alerta para o teor ofensivo do conteúdo compartilhado: — Não se pode admitir que esse material seja viralizado nas redes sociais, porque de fato é ofensivo. Mesmo que os autores se aproveitem de perfis falsos para compartilhar, estimular ou aplaudir esse tipo de ação e principalmente vazar essas fotos, todos esses ainda podem ser identificados.

Mais recente Próxima The Town anuncia Masego e Gloria Groove no palco The One
Mais do Globo

Capital francesa investe 65 milhões de euros em ciclofaixas, amplos postos de estacionamento e renovação da frota de bicicletas

Paris-2024 cria “Olimpistas” e aposta na bicicleta como meio de transporte para todas as arenas dos Jogos

Em 'O pacto da água', Abraham Verghese conta história de uma família indiana atingida por uma doença rara

Autor 'escolhido' por Oprah conta que acendeu vela para ser notado pela apresentadora; agora, é best-seller mundial

Moedas digitais atraem novo segmento de consumidores, afirmam empresários, e podem representar lucro também se convertidas no momento certo

Cartão, Pix ou bitcoin? Cada vez mais empresas aceitam criptomedas; saiba como funciona

Levantamento do Ministério do Turismo mostra que o aumento foi de 19,89%

Rio registra a melhor marca de turistas estrangeiros desde a Copa do Mundo de 2014

Rafaela Silva ( judô), Caroline Almeida ( boxe), Maria Clara Pacheco e Caroline Gomes (taekwondo), Nathalie Moellhausen (esgrima) e Giullia Penalber (wrestling), que vão brigar por medalhas de ouro, falam sobre importância da saúde mental, preconceitos enfrentados e planos para o futuro

Quem são as atletas que lutarão, literalmente, pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris

'Trocar um hábito pela incerteza nunca é uma travessia fácil'

'O esquisito instinto de se registrar presente, sob o risco de ficar ausente'

'Precisamos formar um ‘bonde pesadão’ para desmantelar as velhas estruturas'

Silvia Braz, Cauã Reymond e Alessandra Ambrosio estavam entre os brasileiros convidados pela grife

Dolce & Gabbana mergulha nas tradições e no artesanato da Sardenha em sua temporada de alta moda 2024