Música
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Por Bernardo Araujo; Especial Para O GLOBO


Andreas Kisser (à esquerda), ao lado de Derrick Green, Paulo Xisto e Eloy Casagrande — Foto: Divulgação/Marcos Hermes
Andreas Kisser (à esquerda), ao lado de Derrick Green, Paulo Xisto e Eloy Casagrande — Foto: Divulgação/Marcos Hermes

“Caminando”, diz Andreas Kisser, em espanhol, ao responder ao “Tudo bem?” e começar a conversa com o GLOBO, por vídeo, de sua casa em São Paulo. Pilotando a guitarra do Sepultura no Rock in Rio, o músico de 54 anos reflete sobre a missão de abrir hoje o Palco Mundo ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira, o aprendizado com a pandemia, a recente turnê marcada por problemas e as soluções que permitem que o show jamais pare. Com a sinceridade de sempre, ele não se furta a falar da morte da mulher, Patrícia, de câncer, aos 52 anos, em junho.

Como surgiu o projeto do show com a OSB?

O festival nos encomendou esse projeto. Já tínhamos feito um show parecidona Virada Cultural, aqui em São Paulo. Heavy metal e música clássica não são muito distantes, na minha visão.

O estudo do violão clássico ajuda na hora de compor?

Muito, e há muito tempo. Quando fui morar nos EUA, no começo dos anos 1990, estudei violão clássico com um professor de lá, me apaixonei por esse tipo de música. É maravilhoso poder pegar uma melodia composta há 500, 600 anos, ler a partitura e tocar, não depender tanto do Spotify [risos]. Adoro compositores como John Dowland, inglês do século XVI, italianos, espanhóis, e o Andrés Segovia [violonista espanhol morto em 1987], que dividiu o mundo do violão clássico, fez o instrumento se tornar popular como nunca tinha sido.

E como foi gravar um violão de sete cordas no disco “Um gosto de sol”, de Céu?

Foi demais! O Pupillo [baterista e produtor] me viu tocando um choro na internet com meu filho Yohan e me chamou para gravar o violão no disco dela. Primeiro me perguntei por que eu ainda não tinha um sete-cordas. Aí comprei um, e fizemos o processo todo remotamente. Foi uma salvação em tempos de lockdown.

Foi como a Sepulquarta (série de vídeos em que os integrantes do Sepultura conversavam e tocavam com outros músicos, que acabou virando um disco)?

Sim, foi outra coisa que nos salvou. Foi muito além do que eu imaginava, vieram músicos como Ney Matogrosso, João Barone, Charles Gavin... Ficou tão bom que remixamos o som dos vídeos e lançamos um disco. Foi o disco mais espontâneo da História, ninguém sabia que estava gravando um!

Como você e o Sepultura enfrentaram os problemas da turnê pelo exterior deste ano (primeiro, o baterista Eloy Casagrande quebrou a perna em um show; depois o estado de Patricia se agravou e Andreas voltou ao Brasil)?

A história do heavy metal está cheia dessas coisas, as bandas se misturam para fazer acontecer. Bandas como Slayer, Metallica e Anthrax já tiveram que usar músicos substitutos, e isso torna os shows históricos para o público. Primeiro teve o acidente do Eloy, e o Bruno [Valverde, do Angra] o substituiu e deu um show de profissionalismo. Depois tocamos na França e tive que voltar ao Brasil. Era fundamental que eu passasse os últimos momentos com a minha família. Foi tudo muito rápido: falei com a médica da Patricia, e decidimos que eu tinha que vir. Chamamos o Jean [Patton, do Project46], que chegou direto para um único ensaio e continuou a turnê. Foi duro para quem ficou também, como o Paulo [Xisto, baixista do Sepultura], pois a Patricia era praticamente uma irmã para ele, mas os shows foram incríveis. Vamos juntando os cacos.

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