Se o leitor pedir dicas e conselhos sobre namoros ou casamentos tóxicos, será soterrado por toneladas de livros, artigos, posts e textões. Todos eles explicando como se livrar de tamanha danação. Alguns tão danosos como o próprio relacionamento.
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O assunto da coluna não são os pares nocivos, mas os tóxicos periféricos, aqueles não tão próximos, mas que incomodam mesmo de longe. Pode ser aquele colega da faculdade que ainda está dando voltas na sua vida, a “amiga” que você tem que aturar em reuniões e festas, o chato da academia que só aparece quando você está lá.
Tóxico tem de todo tipo.
Tem aquele que só fala de si e é incapaz de perguntar como você está. É o autocentrado patológico, um tóxico raiz. Você pode estar numa encruzilhada profissional, passando por um divórcio sinistro ou com os pais na UTI que ele não vai demonstrar o menor interesse. Nem aí. Por outro lado, vai te alugar por horas falando sobre um detalhe do carro que acabou de comprar ou da próxima viagem de férias. Não é que o tóxico autocentrado te queira mal: ele apenas não consegue enxergar além do próprio umbigo.
Também tem o competitivo e seu irmão bombado, o invejoso. O barato deles é contar vantagem sobre si mesmos e, ao mesmo tempo, diminuir tudo o que você consegue. Se você der mole, vão te dar uma pernada na primeira oportunidade, seja na pelada do fim de semana, seja naquela promoção da firma. Fazem muito sucesso no mundo corporativo.
O tóxico maldoso é outro clássico. No início é divertido, com suas tiradas sarcásticas e comentários irônicos, mas em pouco tempo você percebe que ele direciona essa mordacidade não só para os inimigos, mas para os amigos também. Sobra maldade pra todo lado. Ele deveria vir com um aviso “consuma com moderação” ou então “apenas para uso tópico”. O problema é que o maldoso costuma ser encantador, ao menos até você perceber que — oh, mistério — a sua vida piora bastante quando ele está por perto.
O tóxico da moda é o da superioridade moral: esse chega a ser radioativo de tão nefasto. Passa o tempo todo fazendo discursos autocelebratórios e apontando o dedo para os outros, tentando demonstrar como o comportamento alheio é inaceitável e o dele virtuoso. No seu tribunal express, a sentença é única: você será sempre culpado. O moralmente superior é um tóxico que se acha num pedestal, atirando cancelamentos nos que lhe dão importância.
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A lista é longa.
O problema é como espantar essa gente: você pode acabar com uma namorada ou se divorciar de um marido, mas como se faz para terminar uma “amizade”? Conversar não dá certo, se eles fossem sensatos ou ao menos razoáveis não seriam tóxicos. Se afastar? Lamento informar, mas a maioria, além de tóxica, é pegajosa.
Uma opção é pagar de doido. Pedir ajuda ao autocentrado pode fazê-lo desaparecer em segundos, assim como dar um abraço — ou qualquer gesto de carinho — no maldoso é tiro e queda: de tão incomodado vai te evitar para sempre. Os da superioridade moral? Corta o wi-fi deles. O competitivo? Finja de morto que ele some.
Em caso de emergência, deixe tudo o que escrevi de lado e mande o tóxico para aquele lugar. Não é o mais diplomático, mas costuma ser muito eficiente e, melhor, dá uma leveza que nem te conto.