Lenda do cinema francês, Gérard Depardieu está sendo processado por assédio sexual por uma cenógrafa que trabalhou com o ator no filme "Les volets verts" (2022), ainda inédito no Brasil. O caso é mais um de várias acusações contra o ator que vêm tomando a mídia francesa desde o ano passado. No momento, o ator é alvo de dois processos envolvendo estupro e assédio sexual, além de ter sido acusado por mais de 10 atrizes de comportamento impróprio, em casos que não chegaram à justiça.
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Carine Durrieu Diebolt, advogada da reclamante, identificada apenas como Amélie, de 53 anos, disse à AFP que uma queixa legal junto ao Ministério Público foi feita no último domingo.
Em depoimento ao site Mediapart, Amélie afirmou que Depardieu fez uma série de comentários ofensivos a ela em 10 de setembro de 2021. Enquanto estava sentada em um corredor, o ator “a agarrou brutalmente”, prendeu-a entre as coxas com “força fenomenal” e “apertou sua cintura e barriga até seus seios”, disse ela.
Segundo Amélie, a situação foi testemunhada pelo segurança do ator, que acabou interrompendo o incidente. De acordo com a advogada, a cliente não prestou queixa anteriormente para não prejudicar o lançamento do filme em que trabalhou. Ela decidiu entrar com o processo após a publicação de uma carta aberta de Depardieu afirmando jamais ter abusado de uma mulher.
Ainda segundo o Mediapart, uma outra profissional envolvida em "Les volets verts" teria reclamado de uma situação abusiva envolvendo o ator. A mulher, uma assistente de direção chamada Sarah, acusa o astro de agarrar seus seios e nádegas.
Depardieu é investigado desde 2020, quando a atriz Charlotte Arnould afirmou ter sido violentada pelo ator em Paris, em 2018, quando ela tinha apenas 22 anos. À época, o ator afirmou que o encontro havia sido consensual. O processo está em andamento.
Apesar dos processos, o ator ainda conta com o apoio de importantes nomes na França. Em dezembro, o presidente da França Emmanuel Macron afirmou que o ator era vítima de uma caçada humana. Dias depois, 60 artistas publicaram carta denunciando o "linchamento" do "último monstro sagrado" do cinema.