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Por , Em El País — Park City, Utah (EUA)

Christopher Reeve (1952-2004) não teve o tipo de vida que qualquer outro ator com o seu perfil teria em Hollywood. Na verdade, ele experimentou mais sombras do que luzes. Suas memórias e sucessos estão reunidos em um novo documentário que analisa os momentos mais ilustres da vida do intérprete de "Superman", desde sua estreia na Broadway ao lado de Katharine Hepburn até o trágico acidente que deixou Hollywood órfã de seu mais ilustre super-herói. O documentário foi apresentado neste domingo (21) por William, Matthew e Alexandra Reeve, filhos do ator, no Festival de Sundance, em Park City (Utah, EUA). O lançamento coincide com o 20º aniversário da morte de Reeve. O projeto, intitulado "Super/Man: The Christopher Reeve Story", "foi um presente, temos muita sorte", disse seu filho Matthew em entrevista à agência Efe.

Depois de anos guardando vídeos caseiros, os três filhos do ator decidiram que era hora de compartilhá-los com o resto do mundo. Viram a oportunidade neste filme dirigido por Ian Bonhôte e Peter Ettedgui.

— Durante o processo de compilação, descobrimos que ele era um homem muito mais incrível do que lembrávamos — diz Matthew. — Não temos apenas os filmes dele para assistir, mas também uma coleção de filmes caseiros e entrevistas arquivadas no YouTube para desenterrar e revisar. Ver coisas que eu nunca tinha visto mudou minha percepção dele. Na verdade, melhorou. Foi ótimo se dar conta disso e descobrir muito mais material do que conhecíamos.

Misturando elementos de seu arquivo pessoal com entrevistas, cenas filmes e entrevistas com celebridades, além de pessoas próximas ao ator, o documentário enquadra a totalidade de um homem “que encontrou o verdadeiro sentido da vida nos momentos mais difíceis”.

— Abrimos a cortina da intimidade, mostramos como a fama o transformou em uma pessoa, sabe, um pouco distante da família, e a transformação que ele viveu após o acidente — diz Bonhôte, diretor da obra.

Seus filhos, que atualmente lideram a Fundação Christopher & Dana Reeve, dedicada a ajudar pessoas com lesões na medula espinhal, esperam que graças a este documentário o público possa abordar a história de seu pai de outro ângulo.

— As pessoas se lembram dele como ator, ou depois do acidente, mas talvez não conheçam toda a complexidade de sua vida, a gama de suas paixões, e que houve dias difíceis, mas também dias muito lindos e alegres ao longo do caminho — afirmou Matthew.

Christopher Reeve em foto de 2003, durante coletiva de imprensa — Foto: Don McClung / AFP
Christopher Reeve em foto de 2003, durante coletiva de imprensa — Foto: Don McClung / AFP

O filme também traz depoimentos de colegas como Glenn Close, Whoopi Goldberg e Susan Sarandon, que eram próximos do ator antes e depois do acidente a cavalo, e também aborda o relacionamento próximo de Reeve com o falecido Robin Williams. O vencedor do Oscar acompanhou Reeve praticamente toda a sua vida.

Ambos se conheceram na prestigiada academia Juilliard School, em Nova York (EUA). Ambos estudaram graças a uma bolsa de estudos e dividiram quarto durante os anos de universidade. A amizade deles durou até a morte do Superman, que faleceu uma década antes de Williams. Após a queda fatídica de Reeve, Williams demonstrou seu apreço pelo amigo organizando uma festa todos os anos no aniversário do acidente. Várias imagens capturaram Williams com o coração partido no funeral de seu amigo próximo. “Sempre pensei que se Chris estivesse presente, Robin ainda estaria vivo”, disse a atriz Glenn Close ao tabloide britânico The Guardian, referindo-se à morte de Williams em 2014.

O documentário foca principalmente no trabalho altruísta de Reeve, mostrando o seu caminho para o sucesso desde que estreou na Broadway, os altos e baixos da sua carreira e o seu renascimento após o trágico acidente de equitação que sofreu em 1995 e que o deixou com tetraplegia.

— Sua história tem uma grande dose de tragédia e alegria, ele é o único, o original e o melhor Superman da história, mas seu verdadeiro heroísmo estava fora das telas — diz Ettedgui, o segundo dos diretores, que definiu o documentário como uma “cinebiografia retrospectiva”.

— Para o pai, Superman tinha que ser arte — disse a filha Alexandra na apresentação em Sundance. As armadilhas e a pressão de interpretar o super-herói também o afetaram: “Não sou um herói, nunca fui, nunca serei”, chegou a afirmar o ator. Seu filho Matthew também lembrou na revista americana People o reaparecimento do ator apenas um ano após o terrível acidente, em 1996, durante a cerimônia do Oscar. Nele, Christopher Reeve, cadeirante, recebeu uma ovação de seus colegas que ficou marcada na história do cinema de Hollywood.

Desde muito jovem, Christopher Reeve demonstrou sua paixão por atuar. Embora, justamente, não tenha tido a sorte de iniciante em sua estreia ao lado de Katharine Hepburn em "A matter of gravity". Depois que a cortina subiu, na hora de subir ao palco, ele ficou na frente da atriz, deixou escapar a primeira de suas falas e caiu desmaiado no chão. Para espanto de todos os presentes, a atriz virou-se para o público e deixou escapar: “Esse cara é um idiota. Ele não come carne suficiente." Reeve foi então retirado do palco e outro ator apareceu para substituí-lo. Dias depois, já recuperado, voltou ao trabalho a pedido da própria Katharine, que via nele um grande potencial e um futuro promissor na atuação.

Duas décadas depois, em entrevista no programa de televisão americano "Inside the Actors Studio", James Lipton lhe perguntou sobre esta pequena anedota ocorrida no dia da sua estreia teatral e como tinha sido estrear com uma estrela como ela. “As pessoas dizem que atuei com Katharine Hepburn, mas na realidade o que fiz foi atuar em torno de Katharine Hepburn”, respondeu o ator.

No final do documentário, uma citação de Reeve relembra o que ele pensava quando alguém lhe perguntava o que era um herói, e sua resposta mudou antes e depois do acidente — “Um herói é um indivíduo comum que encontra forças para perseverar e resistir, apesar dos obstáculos esmagadores.”

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