Charles Oppenheimer, neto do renomado físico J. Robert Oppenheimer, cuja história é retratada no drama "Oppenheimer", de Christopher Nolan, em cartaz nos cinemas, gostou do que viu nas telas, mas também tem uma reclamação.
Charles, que não conheceu os avós, conversou com Nolan durante o desenvolvimento do projeto e chegou a visitar as filmagens, quando ouviu do cineasta: "Eu sei como contar essa história. Haverá partes que terei que dramatizar um pouco e partes que serão alteradas. Como membros da família, acho que vocês vão gostar de algumas partes e não gostar de outras."
E foi assim que Charles sentiu. Apesar de acreditar que o retrato de Nolan foi "em sua maioria precisa", ele ressaltou que não gostou de ver uma cena no filme: o momento em que Oppenheimer pensa em envenenar seu professor, chegando a colocar uma maçã envenenada em sua mesa.
— A parte que eu menos gosto é essa referência à maçã envenenada, que era um problema em “Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometeu americano” (livro de Kai Bird e Martin J. Sherwin que inspirou o filme) — disse Charles à revista time. — Se você ler o livro com bastante atenção, os autores dizem: 'Não sabemos realmente se isso aconteceu.' Não há registro dele tentando matar alguém. Essa é uma acusação muito séria e é uma revisão histórica. Não há um único inimigo ou amigo de Robert Oppenheimer que tenha ouvido isso durante sua vida e considerado verdadeiro.
Apesar da reclamação, Charles contou que aprovou boa parte das liberdades tomadas pelo filme, aceitando que trata-se de uma dramatização.
— Achei a conversa de Einstein com Oppenheimer no final muito eficaz, embora não fosse histórica — defendeu.