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Para milhões de fãs, “Velozes e furiosos” é sinônimo de motores roncando, carros tunados, músculos expostos e rachas insanos pelos quatro cantos do globo. Mas, para um nicho da cinefilia atual, a franquia, que estreou o seu décimo longa na última quinta-feira, é também uma autêntica obra de arte. Nos últimos anos, os entusiastas não pouparam termos sofisticados para descrever as qualidades da série. Textos publicados na internet e na imprensa internacional apontam a “elegância formal”, as “linhas claras de composição”, a “filmagem maximalista” ou, ainda, a “ação selvagem e imaginativa” das mais recentes produções.

Profissionais ou amadores, muitos desses críticos se dizem representantes de uma linha conhecida como “autorismo vulgar” (ou vulgar autherism, em inglês), que valoriza filmes de gênero (em geral, de ação ou terror) normalmente esnobados pelo circuito cult mais usual. Ao lado de outras franquias que operam em um modo pipoca, como “Transformers” e “Resident Evil”, a saga de Dominic Toretto e cia. é tratada com um dos pilares desse movimento.

— Acho que o que torna “Velozes e furiosos” objeto de culto é essa frontalidade de cinema de gênero que os filmes da série exibem — diz o crítico e jornalista Felipe Morais, responsável pela conta @vulgarfilmframe, que publica no Twitter frames de longas aclamados pelos “vulgares”. — É um tipo de entretenimento exagerado e despreocupado, sem medo de soar ingênuo ou às vezes até meio ridículo. Não há limites para o que série se propõe a fazer. Vale tudo: desafiar as leis da física e chegar até o espaço.

Em termos de adrenalina e loucura, “Velozes e furiosos 10” não deve nada aos anteriores. Traz de volta os rachas catárticos dos primeiros filmes, emendando uma perseguição atrás da outra e deixando um rastro de destruição pelo caminho. Neste primeiro fim de semana, projeta-se que o longa deva ter arrecadado US$ 67 milhões nos Estados Unidos e Canadá, o suficiente para tirar “Guardiões da galáxia 3” do topo do ranking. Globalmente, espera-se uma arrecadação de US$ 250 milhões.

Dentro do universo, digamos, mais mainstream, a crítica continua não levando muito a sério. Mas houve elogios, ainda que na linha “fã ou hater?”. O Guardian deu ao longa três estrelas de cinco possíveis e o chamou de “estupidamente divertido”. E isso pode ser considerado uma evolução.

Entre Shakespeare e rachas

Duas vencedoras do Oscar, Charlize Theron e Helen Mirren, foram adicionadas ao elenco das últimas produções — um sinal de que a franquia ganhou respeito dentro da indústria. Acostumada a interpretar Shakespeare nos palcos, Mirren não apenas pediu como implorou ao astro Vin Diesel (o Dominic Toretto) para participar de “Velozes e Furiosos 9”. A atriz explicou em uma entrevista: “Eu realmente queria pilotar carros rápidos”.

Meme compara "Velozes e furiosos" com "O sétimo selo", de Ingmar Bergman — Foto: Reprodução Twitter
Meme compara "Velozes e furiosos" com "O sétimo selo", de Ingmar Bergman — Foto: Reprodução Twitter

Era algo impensável em 2001, quando o longa inaugural da série estreou. Com premissa minimalista (um policial infiltrado se apaixona pelo mundo das corridas ilegais), diálogos com pouca substância (“Levo a minha vida 1 Km de cada vez, nada mais importa”) — e já com a ação prevalecendo sobre a lógica (e a física) —, parecia apenas mais um desses enlatados descartáveis. A bilheteria, de fato, nunca decepcionou — com US$6 bilhões arrecadados entre o primeiro e o penúltimo título, é hoje a franquia mais rentável da Universal. O reconhecimento intelectual, contudo, só chegou a partir da metade da série.

— A mudança de percepção começou com “Operação Rio” (quinto título, de 2011), quando os filmes passaram a abandonar aquela pegada de car porn e abraçaram tramas mais complexas de espionagem e um sentimento de família entre os personagens — diz Moraes.

'Sensibilidade vulgar'

Em 2013, o crítico canadense Calum Marsh publicou no nova-iorquio Village Voice um dos textos mais conhecidos do cinema vulgar, em que elogiava o “refinamento” estético de “Velozes e Furiosos 6”. Um Marsh enfático defendeu que os filmes da franquia (e as produções “vulgares” em geral) deveriam ser avaliados com a mesma seriedade que “Holy motors”, um dos destaques do Festival de Cannes do ano anterior. “Apesar de suas intenções comerciais e sua frequente sensibilidade vulgar, esses cineastas merecem ser considerados artistas que produzem corpos de trabalho coerentes”, escreveu o hoje colaborador do The New York Times. Dez anos — e cinco filmes da série — depois, o movimento pró-Velozes só cresceu.

— O cinema vulgar insere os filmes de gênero dentro de um escopo em que os efeitos especiais ganham mais importância do que o enredo — diz o cineasta Pedro Tavares, também curador do Festival Ecrã e editor da revista Multiplot!. — O público vai ao cinema para ver longas sequências de ação e não algum desenvolvimento artístico a partir da narrativa. O termo cabe bem à franquia “Velozes e furiosos”, que pretende escrever vulgarmente o legado das aventuras de Dominic Toretto pelas ruas do mundo envolvendo amizades, amor e, claro, adrenalina

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