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Por Ricardo Pinheiro, O Globo

A categoria de Melhor Atriz do Oscar 2023, que acontece neste domingo, tem duas grandes favoritas: a australiana Cate Blanchett ('Tár'), de 53 anos, e a malaia-chinesa Michelle Yeoh ('Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo'), de 60. No entanto, apesar dos prêmios e da força das personagens que interpretam, os papéis das protagonistas femininas foram pensados, originalmente, para serem vividos por homens.

O papel de Michelle, inclusive, antes de ser trocado para ser interpretado por uma mulher, chegou a ser oferecido a Jackie Chan. Quando a atriz recebeu a sua indicação ao Oscar, a primeira da sua carreira, Chan a enviou uma mensagem contando o que havia acontecido.

— O meu papel foi escrito para um homem, quando os diretores [Daniel Kwan e Daniel Scheinert] se propuseram a fazer o filme. Eles escreveram assim: com Jackie Chan como protagonista e eu como a mulher dele. Depois, os papéis foram completamente invertidos. Lembro-me de Jackie me mandando uma mensagem dizendo: 'Parabéns! Você sabe que seus meninos [os diretores do filme] vieram me ver primeiro, né?' — disse Michelle em entrevista à CNN americana.

A atriz o agradeceu dizendo que ele a fez "um grande favor". Segundo Michelle, além da agenda de trabalho "muito ocupada" de Chan, os diretores do filme, conhecidos como "os Daniels", também “recuaram” e decidiram fazer o longa focado em uma protagonista feminina.

Em uma conversa entre Michelle e Cate, para a série "Actors On Actors", da Variety, em que atores de Hollywood ficam frente a frente e conversam sobre suas vidas e carreiras, Cate revelou que 'Tár' também havia sido pensado pelo diretor e roteirista Todd Field, incialmente, para ser feito por um homem.

— Quando Todd [Field] estava pensando nisso, 'Tár' era originalmente um papel masculino. Como o filme é uma meditação sobre o poder, [caso tivesse sido mesmo um homem], teria sido uma análise sobre isso com muito menos nuances. Entendemos como é a corrupção do poder masculino, mas precisamos desvendar o que é o próprio poder em si — disse a atriz.

A corrida pela estatueta do Oscar

Michelle Yeoh e Cate Blanchett, as favoritas na disputa pela estatueta de Melhor Atriz no Oscar 2023 — Foto: Reprodução/Redes sociais
Michelle Yeoh e Cate Blanchett, as favoritas na disputa pela estatueta de Melhor Atriz no Oscar 2023 — Foto: Reprodução/Redes sociais

Nesta temporada de premiações, os troféus ora vão para Cate Blanchett, ora para Michelle Yeoh. Cate, por exemplo, levou para casa o BAFTA (considerado o Oscar do Reino Unido). Michelle, levou o Spirit Awards (premiação para produções independentes), que consagrou o filme que ela protagoniza. 'Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo' venceu em todas as categorias para as quais foi indicado na noite do último sábado. Ambas ganharam o Globo de Ouro.

Nesta terça-feira, Michelle compartilhou uma matéria da Vogue que criticava a ausência de uma atriz não branca como vencedora do prêmio de Melhor Atriz no Oscar nas últimas duas décadas. “Isso vai mudar em 2023?”, questiona o artigo. Nessa categoria, inclusive, Halle Berry (‘A Última Ceia’, 2001) foi a única atriz não branca da história a vencer na maior premiação do cinema. O texto faz uma defesa de Michelle, enquanto opina que Cate, com dois Oscars na conta, não precisaria de "mais confirmação" para o seu status de "titã da indústria" cinematográfica.

“Os detratores diriam que a performance de Blanchett é a mais forte – a atriz veterana é, indiscutivelmente, incrível como a prolífica maestrina Lydia Tár – mas deve-se notar que ela já tem dois Oscars. Um terceiro talvez confirme seu status de titã da indústria, mas, considerando seu extenso e incomparável corpo de trabalho, ainda precisamos de mais confirmação?”, diz o texto.

“Enquanto isso, para Yeoh, um Oscar seria uma mudança de vida: seu nome seria para sempre precedido pela frase 'vencedora do Oscar', e isso deveria resultar em ela conseguir papéis de mais peso, depois de uma década sendo subutilizada criminalmente em Hollywood", segue a matéria.

Michelle escreveu, na legenda da publicação: “Isso não é só por mim, mas por cada garotinha que se parece comigo. Nós queremos ser vistas. Nós queremos ser ouvidas”.

Horas depois, no entanto, a atriz apagou a publicação. Nas redes sociais, internautas apontavam para uma possível violação das regras da campanha ao Oscar, já que a votação para a premiação ainda estava em curso quando Michelle compartilhou o texto e só foi encerrada horas depois, no mesmo dia.

“Qualquer tática que destaque 'a competição' por nome ou títulos é expressamente proibida”, diz o trecho destacado na regra sobre “referências a outras nomeações” durante a campanha ao Oscar. Não é claro, entretanto, se compartilhar um artigo da imprensa se encaixa nisso.

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