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Por Eduardo Graça — São Paulo

Camiseta regata estampada e saia vermelha do italiano Giambattista Valli muito bem equilibrada em um salto Saint Laurent, Zoe Saldaña surge no quarto de hotel mais distante do que nunca de Ney’tiri, papel em que poderá ser novamente vista — ou mais precisamente, sentida — em “Avatar: o caminho das águas”. A primeira das quatro aguardadas sequências do original estreia no próximo dia 15, e o público da CCXP, a feira pop que fica até domingo em São Paulo, pôde ver em primeira mão 18 minutos de cenas que não ficam a dever ao arrasa-quarteirão de James Cameron.

Lá se vão 13 anos desde que o diretor virou de pernas pro ar a indústria do audiovisual levando o 3D para outro patamar e refinando as capturas de performance, reproduzindo as expressões do elenco nos personagens não-humanos do fictício planeta de Pandora.

— E mudou também minha carreira. Pra muita gente, iniciou ela, né? — brinca a atriz de 44 anos. — Estar ao lado de James Cameron me transformou intensamente, como pessoa. Já amava seus filmes antes mesmo de conhecê-lo, era louca pela Sarah Connor de “O exterminador do futuro” e a Ellen Ripley de “Alien”, mulheres, heroínas, e meus ícones à época.

Inspirações diretas, não por acaso, para sua Ney’tiri, cujo primeiro sinal de vida se deu antes mesmo das filmagens começarem, em 2007, dois anos antes do lançamento. Perguntado sobre sua memória favorita com a atriz, o produtor do filme, Jon Landau, outra das atrações da CCXP, lembrou do primeiro teste de elenco de Zoe. A sinopse falava de "uma princesa nativa de uma lua distante colonizada por humanos vindos de uma Terra devastada por desastres naturais". Landau lembra que quando a performance, gravada em uma sala crua, sem qualquer elemento além de uma mesa e cadeiras, terminou, ele e Cameron se olharam. Sabiam calados, que haviam encontrado o que buscavam.

A atriz, no entanto, saiu menos certa de que teria o papel e mais embasbacada por ter passado o dia ao lado de Cameron:

— Lembro de entrar no avião, de volta pra casa, que dividia à época com mãe e irmãos, pensando: “se não conseguir o papel, já conquistei algo, o Jim [James Cameron] me notou, me viu de fato naquele dia” — diz

Uma semana depois, o telefone tocou em Nova York.

— Estava trocando a fralda de meu sobrinho e minha mãe chegou no quarto com o celular dizendo "Zoe, é o James Cameron!". Joguei a fralda pra ela, ela me passou o celular, e era Jim me convidando pra iniciar minha jornada em "Avatar" — conta. — Aquele exato momento mudou minha vida. O resto é história.

Estrela de franquias

História que precisa, inclusive do ponto de vista financeiro (a estimativa de orçamento da franquia completa pelo mercado é, hoje, de US$ 1 bilhão), seguir no topo. A batida da semana da atriz, por exemplo, revela a dimensão do esforço de divulgação da Disney para garantir cinemas lotados no fim do ano. Pouco antes de embarcar, Zoe gravou o programa de entrevistas de Jimmy Fallon em Nova York. Na manhã de quinta, já na capital paulista, conversou com jornalistas. E de tarde, do outro lado da cidade, foi a mais sorridente das atrações do primeiro dia da CCXP, a convenção pop e geek que deve levar, até domingo, 300 mil pessoas ao São Paulo Expo.

Escalada por também estrelar outra grande franquia da gigante do entretenimento, “Guardiões da Galáxia”, em que vive Gamora, e que volta aos cinemas em maio, a atriz foi simpatia, quase amor ao celebrar a seleção canarinho (“Vocês estão arrasando na Copa!”) no painel da Disney. Landau viu o jogo contra a Suíça com Zoe e jura que ela comemorou o gol de Casemiro e tudo.

O produtor prestou atenção a cada reação dos fãs aos 18 minutos de cenas do novo “Avatar” apresentadas e recebidas aos urros pela plateia. Não por acaso, tem apresentado o novo filme da franquia como uma “nova reinvenção” do cinema por Cameron & Cia. No pós-pandemia, fazer as pessoas saírem de casa é tarefa bem mais hercúlea do que em 2009. No primeiro dia da CCXP, dos 40 fãs a quem O GLOBO perguntou, nenhum lembrava de ter ido a uma sala de cinema este ano mais de duas vezes.

— Os temas de “(...)o caminho das águas” são os mesmos do primeiro “Avatar”, incluindo o meio ambiente. Tratamos agora da preservação dos oceanos, da poluição e do desperdício das águas — diz o produtor.— O filme ajudou a popularizar estas questões, centrais pra todos nós.

Uma história familiar

Mas sem querer jogar foco demais em temas mais sérios do que os tons azuis de sua personagem, Zoe também destaca que a narrativa dos dois filmes se dá através de famílias. No segundo tomo, da que forma com o Jake de Sam Worthington. E que tem Sigourney Weaver, justamente a Ripley de “Alien” que tanto a comoveu, como uma de suas filhas, algo possível graças às maravilhas digitais pilotadas por Cameron.

— Ela pegou o papel pela unha, com uma garra incrível. Foi muito especial estar lá e testemunhar — diz Zoe.

Landau crê ser o foco nas famílias uma das razões pelas quais “o público brasileiro se vê em ‘Avatar’”:

– Família é um elemento muito importante na cultura brasileira, né? E esta não é uma história sobre família contada apenas pela perspectiva dos pais, mas também dos filhos, com adolescentes em crise, tentando encontrar suas identidades.

Paul Rudd, o Homem-Formiga da Marvel, na CCXP22 — Foto: Divulgação
Paul Rudd, o Homem-Formiga da Marvel, na CCXP22 — Foto: Divulgação

Produtor de dois dos filmes de maior bilheteria da história — antes do primeiro “Avatar”, um certo “Titanic”, em 1997 — Landau prega que “(...) o caminho das águas” será muito melhor visto na tela grande, se possível em Imax, com 3D e som de primeira. E não está sozinho na reza. Diretor de outra das principais atrações da CCXP, Peyton Reed apresentou na quinta-feira duas cenas inéditas de “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” e elencou motivos para se ir ao cinema conferir a terceira aventura da dupla de heróis formada por Paul Rudd e Evangeline Lilly, também presentes no evento, com estreia em fevereiro:

— Além dos efeitos, já que agora iremos mostrar todo um novo universo, em outra dimensão, há o fato de que comédias são melhores absorvidas em comunhão. Seu riso aumenta de volume com o do outro e um dos segredos do sucesso desta franquia é o humor —diz.

Colaborou Luccas Oliveira, especial para o GLOBO

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