![Cena de 'A fantástica fábrica de chocolate' Foto: Reprodução](https://ogimg.infoglobo.com.br/in/21821121-368-d6c/FT1086A/MV5BMTg5NDgyNjU3MF5BMl5BanBnXkFtZTcwNTMzOTUwNw._V1_SY1000_CR009961000_AL_.jpg)
LONDRES — O embranquecimento de personagens no cinema é uma das principais discussões em Hollywood atualmente. As raízes do problema, no entanto, são bem mais antigas, e nesta quinta-feira surgiu um exemplo de 1964, quando foi lançado o livro "A fantástica fábrica de chocolate", que daria origem a dois longas, um de 1971, e outro de 2005.
"O primeiro Charlie que ele escreveu era um menino negro", revelou Liccy Dahl, viúva do escritor Roald Dahl, em entrevista à BBC.
Ela disse não saber o motivo da mudança, mas o biógrafo de Roald Dahl, Donald Sturrock, também presente na entrevista, esclareceu o mistério.
"Posso afirmar que foi a agente dele que achou uma ideia ruim, na época da publicação do livro, ter um herói negro", revelou. "Ela disse que as pessos questionariam: 'Por quê?'".
A notícia deve aumentar ainda mais a controvérsia em relação à obra. Em 1970, quando o primeiro filme começou a ser produzido, entidades de combate ao racismo criticaram a figura dos Oompa Loompas por trazerem temas ligados à escravidão.
Na época, o próprio Dahl negou essa intenção, mas admitiu que havia alguma razão nas críticas e modificou os personagens numa nova edição do livro. No filme, os Oompa Loompas foram transformados em duendes com pele laranja, evitando a questão racial.