Cultura

Com atraso de mais de uma hora, Rihanna encerra Rock in Rio

Show da cantora Rihanna no palco mundo da Cidade do Rock. Foto: Ivo Gonzalez
Show da cantora Rihanna no palco mundo da Cidade do Rock. Foto: Ivo Gonzalez

RIO - Rihanna chegou com pose de diva. No telão - no vídeo que abriu o último show da primeira noite do Rock in Rio -, a cantora aparecia com roupas de dominatrix, expressão de dona do poder. Quando começa a música - a primeira é "Only girl in the world" - a pose se mantém. Mas com um pouco de atenção, percebe-se que o chão em que ela pisa não é tão firme.

Já na abertura, os dançarinos fazem o papel dos homens a seus pés, mais tarde ela aparece pilotando um tanque rosa, cantando o sadomasoquismo, imperativa em canções como "Shut up and drive"... A aparência impressiona e a plateia - tomada de fãs da cantora - ratifica o tal status de diva (apesar da debandada na metade final do show, que atrasou por 1h40m). Mas Rihanna pouco faz além de passear por uma série de lugares comuns das cantoras da linhagem inaugurada por Madonna.

Ela aparece como antibelicista em "Hard" e líder rebelde em "Run this town" - antes de cantar essa, pergunta à plateia: "Quem manda nesta cidade nesta noite?". Se lança nas pistas com a disco "Please don't stop the music" e em "Disturbia", faz a balada dulcíssima com piano ("Unfaithful"), flerta com o raggamuffin em "Man down" e joga como sedutora em "S & M". A canção sadomasô, aliás, ilustra bem as escolhas artísticas de Rihanna. O apelo sexual que ela usa ali é mostrado de forma tão óbvia que parece falso - lógica que pode ser aplicada a todos os momentos do show descritos aqui.

Ao contrário de Kate Perry, Rihanna não trocou de roupa ao longo do show. Seu guitarrista, por sua vez, trocou de guitarra inúmeras vezes - sempre para fazer solos que, seguindo a mestra, traziam mais pose que consistência.

Nos vídeos projetados no telão - recurso utilizado ao longo de todo o show, inclusive muitas vezes separando blocos do show - a cantora apenas reforçava a ideia central que queria transmitir: imagens de fuzis e cenas de guerra estilizadas, bonecos usados em simulação de acidentes automobilísticos, e fitas cassete sugerindo a onda disco da década de 1970.

Ao fim do show, ela agradeceu o público, fez um brinde ao Rio e cantou seu primeiro e até hoje maior hit: "Umbrella". Já era quase 4h da madrugada de sábado.