'Consórcio' de facções, origem no Peru, esconderijo em área devastada pela chuva: a maior apreensão de cocaína do RS

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O local, no bairro Mathias Velho, muito danificado pela catástrofe das chuvas do mês passado, foi escolhido propositalmente pelos criminosos, de acordo com os policiais, numa tentativa de não levantar suspeitas. Na ação, que teve como alvo dois endereços, um homem foi preso em flagrante por tráfico de drogas e outros dois suspeitos foram conduzidos para interrogatório

A Denarc já sabe que a droga apreendida saiu do Peru, foi levada até o Paraguai e depois entrou em território gaúcho, no último fim de semana, através da fronteira — ainda não se sabe se por via terrestre, aérea ou marinha. Os investigadores acreditam que o negócio possa ter contado com o apoio ou intermédio de facções do Sudeste, como o PCC ou o Comando Vermelho.

— Não descartamos que possa haver ligação de facções do Sudeste. Nós acreditamos que isso possa ter acontecido. Mas ainda não sabemos qual delas — comenta o delegado Gabriel Borges, da Especializada.

Sobre o "consórcio" formado pelos traficantes gaúchos, ele explica que esse tipo de negócio tem se mostrado comum no estado.

— Nós temos histórico recente de conflitos entre essas duas facções, mas esses conflitos ocorrem nos baixos escalões dessas facções. Os líderes negociam entre si, isso é comum de acontecer. Essas lideranças querem o lucro para elas, e é muito mais fácil comprar essa quantidade de droga através de um consórcio, porque facilita a logística, minimiza a possibilidade de prejuízo nesse traslado — conta.