Um mês após o início das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participam, nesta quarta-feira, de evento para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente. Nesta semana, o petista voltou a afirmar que as "catástrofes ambientais confirmam que já vivemos as consequências das mudanças climáticas" e que o Acordo de Paris, que tem a meta de manter o aquecimento global entre um grau e meio a dois, é "insuficiente".
— Essa é uma mensagem que vamos reforçar no dia Mundial do Meio Ambiente, que celebramos em breve. Precisaremos de renovada ambição para o anúncio das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) na COP 30 em Belém. O Brasil vai liderar pelo exemplo. Apresentaremos contribuições robustas — disse o presidente na segunda-feira.
Recentemente, Lula também afirmou que o governo mudou os "paradigmas para tratar problemas climáticos" após a tragédia do Rio Grande do Sul. Ele ressaltou que o governo trabalha em um plano de prevenção para o país.
— É importante que a gente saiba que nós mudamos o paradigma de tratar os problemas climáticos. A partir de agora, qualquer região com problema climático terá que ter ação especial e, por isso, estamos trabalhando a construção de um plano antecipado para tentar evitar que as coisas aconteçam nesse país.
O plano de prevenção de acidentes climáticos tem a intenção de trazer mais atenção do governo para o tema, criando um estatuto jurídico para o assunto. O projeto já havia sido anunciado por Marina Silva em fevereiro do ano passado, mas nunca saiu do papel.
Recentemente, Marina esteve em reuniões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do plano.
Em entrevista ao GLOBO, Marina afirmou que o plano de prevenção tem uma "característica de preparação e adaptação".
— O plano é uma tentativa de fazer um deslocamento da necessária abordagem de gestão do desastre para a gestão do risco. Nós não temos um similar (no mundo). A chuva vai acontecer do mesmo jeito, a seca vai acontecer do mesmo jeito, porque não se fez o trabalho preventivo a partir da Rio-92. Não só o Brasil, mas o mundo inteiro. O plano tem a característica de preparação e adaptação. Não é um plano de curto prazo. É um plano de médio e longo prazos. É um plano que já está em andamento, mas passa a ter uma estrutura.
Ao falar sobre assuntos relacionados ao meio ambiente, Lula também tem destacado o compromisso de zerar o desmatamento até 2023.
— Nosso compromisso em zerar o desmatamento da Amazônia até 2030 está sendo cumprido —afirmou nesta semana ao lado do presidente da Croácia, Zoran Milanović.
Outros pontos frequentemente levantados pelo presidente da República são a realização da COP 30 em Belém, e a transição energética.
-- Muitos países do Sul Global não terão condições de assumir metas arrojadas sem financiamento e transferência de tecnologia. Países em desenvolvimento vão precisar de US$ 4 a US$ 6 trilhões ao ano para seus esforços de adaptação. Esse é um tema que teremos que enfrentar já na COP de Baku. Captar mais recursos, contudo, não será suficiente se eles não forem acessíveis.