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Por — Rio de Janeiro

Para impulsionar a aprendizagem no país, que ocupou as últimas posições do Pisa (a principal medição de aprendizagem do mundo), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aposta em aprofundar a avaliação da formação inicial dos professores. Já a partir deste ano, todos os estudantes das 17 licenciaturas serão avaliado no ano de formatura, com uma prova teórica e outra prática, anuncia o presidente do Inep, Manuel Palacios, ao GLOBO.

A formação de professores é uma das grandes preocupações do Ministério da Educação e de especialistas na área por conta da enorme presença desses cursos na modalidade à distância. Em 2022, pelo menos seis em cada dez concluintes de licenciaturas foram formados em cursos de ensino à distância.

No ano passado, o senhor afirmou que haveria mudanças na avaliação do professor já para 2024. O que muda neste ano?

O projeto Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de Licenciaturas começa este ano com muitas mudanças. A primeira é que os formandos serão avaliados anualmente (até agora, era a cada três anos, como nas outras profissões). Isso permitirá um acompanhamento mais adequado da formação inicial. Além disso, teremos um exame mais extenso, com matrizes e testes para avaliar também a formação como professor, focado em conhecimentos e habilidades docentes, não só nos bacharelados, como acontece até então. E teremos dois componentes: uma prova teórica, com itens de dissertação e de múltipla escolha, e uma prática, do estágio docente na escola.

Como avaliar o estágio?

O roteiro está sendo elaborado pelas nossas comissões para cada uma das especialidades. A intenção é que o professor supervisor do estágio seja o responsável, seguindo um roteiro que ainda não sabemos se vai incluir ou não a observação de uma aula. Mas certamente está associado a um conjunto de preocupações que compreende a capacidade do formando lidar com estudantes, de orientar, de ensinar, de conduzir uma proposta pedagógica. Não é fazer um teste. Demanda observações ao longo de um tempo. Da mesma maneira como quem está se formando em Medicina tem um preceptor na unidade de saúde fazendo sua avaliação. A gente tem compromisso com a rede pública de educação básica e quer que a formação do professor seja de cada vez melhor qualidade.

O aluno de licenciatura poderá ser reprovado?

Não, nós estamos avaliando o curso para políticas públicas. Políticas de regulação, de financiamento.

E todos os estudantes de licenciatura já passarão por essa avaliação prática nesse ano?

Vamos começar esse ano, mas com pretensões ajustadas às possibilidades. São 300 mil estudantes concluindo licenciaturas. Vamos começar com todos. Mas é muito provável que nessa primeira edição não seja possível utilizar para todos, por exemplo, um roteiro de observação muito exigente. O mínimo será a análise de como foi feito o estágio, durante quanto tempo, qual a avaliação que o estudante, a instituição e a escola fazem. A complexidade da observação da prática é que precisa moderar, porque o professor precisa ser formado para fazer isso. Você não consegue alcançar a escala nacional da noite para o dia. Mas pode ter redes e instituições que tenham melhores condições já para colocar um conjunto mais complexo de procedimentos.

Qual o objetivo do Inep com essa mudança?

A intenção é produzir informação sobre as instituições de ensino superior que atuam na formação de professores. Queremos produzir dados para ter condições de avaliar considerando todo o conjunto de trabalho desenvolvido. Assim, podemos descobrir quais são as que trabalham de forma mais relevante, com melhores resultados, e avaliar tanto os cursos individualmente, quanto também a área de formação de professores nas instituições de ensino superior.

O senhor também já afirmou que o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), passará por mudanças em 2025. Quais serão?

Estamos trabalhando com a Secretaria de Educação Básica (SEB) para fazer uma pesquisa de padrões de desempenho para o 5º e 9º do ensino fundamental e o final do ensino médio, assim como fizemos para a alfabetização, para saber qual é o desempenho desejável do estudante brasileiro. Ou seja, daquelas habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), qual o grau de complexidade que se espera que sejam desenvolvidas. Há procedimentos para determinar nas nossas escalas de desempenho qual é a pontuação correspondente a quem alcançou esse objetivo.

As referências curriculares também serão atualizadas?

Essas referências são antigas, de 2001, e a Base Nacional Comum Curricular foi uma construção posterior (de 2017). Temos uma proposta inicial de matrizes curriculares, mas estamos fazendo uma discussão. O desenho dos testes também será atualizado. Tem muito tempo que o padrão do Saeb está no mesmo formato. A ideia é que a gente consiga trazer algumas inovações.

Que inovações?

Para dar um exemplo mais claro, podemos citar a avaliação da leitura. Há uma tendência contemporânea de entender que uma criança concluindo o ensino fundamental seja solicitada, ao fazer um teste de leitura, a ler textos um pouco mais extensos, e se depare com questões que lidem com diferentes aspectos desse texto. Os nossos testes ainda trabalham com fragmentos. Em cada item, o aluno lida com um pedaço de texto.

Que alterações o Inep estuda para o novo ciclo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)?

Criamos uma comissão interna para discutir o Ideb. Ela será formada por assessores especialistas em indicadores educacionais, estudiosos do uso do índice ao longo destes anos. E não será apenas o Ideb que será discutido. Como principal indicador de desenvolvimento da educação brasileira, ele deve ser acompanhado de outros, que lidem com os temas da equidade. Essa cesta de indicadores serviria para contextualizar o Ideb e tratar da desigualdade observada sobre as oportunidades educacionais no país entre brancos e negros, regiões, níveis de renda, escolas.

A última edição do Enem teve imagens do caderno de questões circulando antes do fim da aplicação da prova. Que medidas o Inep tomará?

O que aconteceu foram situações em que participantes, infringindo as normas de aplicação, saíram mais cedo, fotografaram o teste e divulgaram. A Polícia Federal abriu inquérito e até mesmo chegou a pessoas responsáveis por isso. O caminho é esse mesmo: apurar, responsabilizar, identificar problemas de logística e capacitação que tem dado margem a essa situação.

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