'Jogo do Tigrinho': principal investigada é presa e deve passar por audiência de custódia esta semana

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Noelle Araújo descreve a si mesma como "blogueira", mas também é empresária. Em seu Instagram, que tem 141 mil seguidores, ela afirma ser dona do Palazzo Restô Club, a casa de entretenimento adulto que foi alvo da operação.

Em um perfil reserva no Instagram, criado em setembro, Noelle afirma já ter faturado "mais de 300k com joguinhos on-line" e brinca com o suposto faturamento em publicações do feed de notícias. "Vendo o tigre soltar o cartão ao vivo", escreveu a investigada em uma foto em um casino.

Ao todo, foram emitidos 12 mandados de prisão temporária. Oito desses foram efetuados entre segunda e terça-feira, contando com a apresentação de Noelle à delegacia. Ainda há quatro foragidos, identificados como Ingrid Naiane Silva da Silva, Lucas Tavares Lobo, Hellen Mayara Oliveira Borges e Lorrany do Socorro Almeida de Souza. Todos devem responder por estelionato e associação criminosa.

Participaram da operação 14 equipes de policiais civis que compõem as delegacias e seccionais da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM) e da Diretoria de Polícia do Interior (DPI). Os agentes apreenderam cinco carros de luxo, duas motos, aparelhos eletrônicos e documentos para auxiliar nas investigações.

Além das prisões, os agentes cumpriram 12 mandados de busca e apreensão. Um dos alvos foi uma casa de prostituição situada em Belém, chamada Palazzo Restô Club. O estabelecimento é descrito nas redes sociais como "a melhor casa de swing norte".

Os investigados foram presos por terem feito divulgação do Jogo do Tigrinho. Trata-se de um game online que funciona como um casino virtual e que passou a ser promovido por influenciadores nas redes sociais nos últimos meses. Ele funciona como uma espécie de caça níquel. Para ganhar, o apostador precisa acertar a combinação de três figuras iguais em três fileiras para receber uma premiação em dinheiro.

O jogo tornou-se um fenômeno das redes sociais e passou a ser divulgado por influenciadores de todo o país.

“A atuação da Polícia Civil do Pará é para reprimir e combater 'influencers' que têm divulgado plataformas de jogos de azar e que já vitimaram inúmeras pessoas no país inteiro e no Pará não foi diferente. Temos muitas vítimas desta prática enganosa. Uma mulher chegou a movimentar mais de R$ 23 milhões em apenas dois meses. Outro homem, que conseguimos prender, teve uma arrecadação de mais de R$ 1,5 milhão, explicou o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Rezende.