Um grupo indígena isolado em área Yanomami foi encontrado a apenas 15 km de um ponto de garimpo ilegal em Roraima, no norte do país. Trata-se do povo Moxihatëtëa, monitorado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) desde 2010. Imagens aéreas capturadas pelo órgão indigenista, durante um sobrevoo nesta sexta-feira, comprovam a presença da comunidade no local. No entorno, foram avistadas malocas — típica habitação indígena — e plantações de alimentos.
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A operação foi realizada em conjunto com os ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Força Nacional e Polícia Federal. Desde 2017, Ministério Público Federal (MPF) faz alertas sobre a ameaça causada pelo garimpo ilegal aos Moxihatëtëa Em 2021, houve relatos de dois nativos mortos por ação de garimpeiros na região.
![Comunidade indígena isolada vive a apenas 15 km de ponto de garimpo ilegal em Roraima — Foto: Leo Otero/MPI](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/bxidlPkEO1gQ7g8VoWsGb_AumDI=/0x0:754x425/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/p/B/sN8Zl7QSu58bGcD1Hm8g/sobrevoo-funai-mpi-pf-fotos-leo-otero-800.jpg)
Além dos Moxihatëtëa, a Funai estima que pelo menos outras duas comunidades de indígenas isolados viva no território Yanomami. Apesar disso, o órgão ainda conseguiu comprovar oficialmente a existência desses povos. Especialistas apontam que o contato forçado com não indígenas, como os garimpeiros, provoque a dizimação desses grupos. Isso pode acontecer, por exemplo, por conta de conflitos diretos ou propagação de doenças.
Nesta semana, governo federal iniciou uma mega operação, envolvendo Polícia Federal, Ibama, Funai e Força Nacional, para a retirada dos milhares de garimpeiros presentes na Terra Indígena Yanomami (TIY). Estima-se que 20 mil praticantes do garimpo estejam ocupando a área neste momento.