Segredos do crime
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Segredos do crime

Histórias policiais, investigações e bastidores dos crimes

Informações da coluna

Vera Araújo

Jornalista investigativa há 30 anos e autora de "Mataram Marielle" e "O Plano Flordelis: Bíblia, Filhos e Sangue". Passou por "Jornal do Brasil" e "O Dia"

RESUMO

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GERADO EM: 01/07/2024 - 06:33

Prisão preventiva por feminicídio de gari

Justiça determina prisão preventiva para acusado de feminicídio de gari após crueldade do crime. Vítima foi morta a facadas pelo ex-marido que não aceitava separação. Acusado é considerado extremamente perigoso e já possuía antecedentes criminais, incluindo violência doméstica.

A juíza da 1ª Vara Criminal da Central de Custódia da capital, Mariana Tavares Shu, decidiu converter a prisão em flagrante de Eduardo Lima Barreto, acusado de matar a ex-esposa, em preventiva. Ele é acusado pelo feminicídio contra a gari, Luciene da Silva Queiroz Barreto, que havia pedido o divórcio, embora ele não aceitasse a separação. Em sua decisão, a magistrada justificou a decisão: "a crueldade dos fatos, praticado com diversas facadas, demonstra a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social e sua extrema periculosidade".

Na última sexta-feira (28/06), Luciene estava conversando com o colega de trabalho, Alguimar Silva, com quem namorava há dois meses, quando Eduardo se aproximou e disse que precisava falar com ela. Segundo o depoimento da testemunha, sua namorada e o ex-marido estavam separados há vários meses. Ele contou à polícia que Eduardo procurou Luciene em frente à Secretaria de Conservação Municipal de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, local onde a vítima e o namorado trabalhavam, logo pela manhã.

Alguimar contou que Luciene e o ex-marido se afastaram para conversar, quando, de repente, Eduardo sacou uma faca e desferiu vários golpes contra ela. O namorado relatou que "foi para cima" de Eduardo, mas ele saiu correndo. Colegas da vítima o perseguiram e o alcançaram e o capturaram, entregando à polícia. Enquanto a gari era socorrida, mas ela não resistiu aos ferimentos. O enterro dela ocorreu no dia seguinte, sábado (29/06), no Cemitério Municipal de Belford Roxo.

Na decisão, a juíza Mariana Tavares Shu relata que: "convém destacar, ademais, que as testemunhas ainda não prestaram depoimento, de forma que a liberdade do custodiado poderá comprometer a instrução criminal por ameaça. Destaque-se que a liberdade do autor dos fatos poderá incutir o temor nas testemunhas em comparecer à audiência para prestar depoimento, sabendo que o autor dos fatos estará solto no mesmo ambiente. A primariedade, por si só, não confere o direito à liberdade, salientando-se que ele possui diversas anotações criminais em sua FAC (Folha de Antecedentes Criminais), inclusive por violência doméstica".

Durante a audiência de custódia, Eduardo, de 46 anos, não quis falar em juízo. Ele é serralheiro e tem três filhos, sendo que um deles, uma menina, é fruto do casamento com Luciene. A defesa de Eduardo informou à Justiça que ele tem ensino fundamental incompleto e usa remédios controlados.

Eduardo já tinha três anotações em sua FAC, um deles de homicídio, mas ele foi impronunciado, ou seja, não foi levado a júri popular, porque o juiz entendeu que não havia provas suficientes contra ele. Também responde por ameaça e tinha medida protetiva para não se aproximar de Luciene, em maio deste ano, tramitando no 1º Juizado Criminal de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, de Belford Roxo.

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