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Folia de janeiro a janeiro

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Pedro Willmersdorf

Acompanha os desfiles desde 2009 como jornalista. Verde e rosa de coração, independente na identidade, já transformou muita cadeira da avó em carro alegórico!

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Alvo de um movimento engendrado pelo comandante da Marinha, Marcos Olsen, para que seu nome não seja incluído no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, o almirante João Candido (1880-1969) virou questão de prova em concurso público para professores promovido pelo Instituto Consulplan, em Pouso Alegre (MG).

A questão cita um trecho do samba de enredo do Paraíso do Tuiuti, que em 2024 levou para a Sapucaí o enredo "Glória ao Almirante Negro", exaltando a figura de João Candido, líder da Revolta da Chibata (1910), que lutava pelo fim dos castigos físicos a que eram submetidos os marinheiros no começo do século XX.

"Liberdade no coração/O Dragão de João e Aldir/A cidade em louvação/Desce o Morro do Tuiuti", diz o trecho escolhido do samba de autoria de Valdir W. Correa, Pier Ubertini, Moacyr Luz, Julio Alves, Gustavo Clarão, Alessandro Falcão e Cláudio Russo.

A questão ainda traz mais dois versos da obra: "Eram navios de guerra sem paz/As costas marcadas por tantas marés".

Em seguida, a prova contextualiza o samba, ao explicar que o mesmo foi apresentado pelo Tuiuti na Sapucaí e, com múltiplas escolhas, indaga qual a melhor definição sobre quem foi João Candido.

Jack Vasconcelos, carnavalesco da escola, questiona a postura do comandante Marcos Olsen diante da resistência em inserir o nome de João Candido no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.

— A luta de João e seus companheiros foi por dignidade humana. Isso deveria ser motivo de orgulho, ser festejado pela Marinha — afirma Jack, que já anunciou o enredo da escola para 2025.

Após a nona colocação em 2024, o Tuiuti vai apresentar a história de Xica Manicongo, a primeira travesti do Brasil.

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