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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por — São Paulo

A primeira pesquisa Genial/Quaest sobre a próxima eleição presidencial revela vantagem do presidente Lula (PT) sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2026. Perguntados sobre uma disputa direta na qual Tarcísio seria escolhido como o candidato de Jair Bolsonaro (PL), 46% votariam no petista e 40% optariam pelo ex-ministro da Infraestrutura.

Os que votariam branco ou nulo somam 8%, enquanto os indecisos representam 6%. A pesquisa presencial foi realizada entre os dias 2 e 6 de maio. A Quaest ouviu 2.045 brasileiros de 16 anos ou mais, abrangendo todos os estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

Com Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030, Tarcísio emerge como um dos potenciais herdeiros do espólio do ex-presidente. No entanto, aliados do governador afirmam que ainda é cedo para traçar cenários, e o ex-ministro rejeita a ideia de concorrer à Presidência contra Lula se houver chances de derrota. Por isso, a reeleição é o que está hoje no horizonte do chefe do Executivo Estadual.

O Nordeste garantiria a vitória de Lula, diz o instituto. Na região, 66% votariam em Lula e 25% em Tarcísio. O presidente da República também leva vantagem entre o público feminino (tem 50% contra 33%) e está numericamente à frente em todas as faixas etárias, embora haja empate técnico entre os dois na população que tem entre 35 e 59 anos (44% votariam em Lula e 42% em Tarcísio).

O governador sai na frente no Sudeste (marca 45% contra 39% de Lula) e no Sul (46% a 41%). No Norte e Centro-Oeste o placar ficaria em 43% para o governador e 40% para o petista, ou seja, empate técnico.

No segmento evangélico, onde Lula enfrenta dificuldade para conquistar apoio, Tarcísio segue o exemplo de Bolsonaro e abre uma significativa vantagem: 17 separam o governador do presidente.

Desconhecimento

A Quaest também perguntou aos entrevistados qual o melhor nome para enfrentar Lula em 2026 se Bolsonaro continuar inelegível. Michelle Bolsonaro é apontada como a melhor opção por 28%. O que pode dificultar uma possível empreitada rumo à Presidência é a sua alta rejeição: 50% não votariam nela.

Já Tarcísio é citado por 24%, ou seja, está empatado dentro da margem de erro com a ex-primeira-dama. Mas a rejeição de Tarcísio é 20 pontos percentuais menor do que a de Michelle, e quase quatro em cada dez brasileiros não conhecem o ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, o que é considerado um ativo eleitoral.

No levantamento da Quaest, os entrevistados podiam declarar se votariam ou não em nove possíveis presidenciáveis. Lula sai na frente, e 47% dizem que votariam para reeleger o petista daqui a dois anos, maior percentual entre todos os possíveis presidenciáveis. No entanto, a rejeição do presidente é alta : 49% não votariam nele em 2026.

Lula tem mais chance de voto em 26 — Foto: Genial/Quaest
Lula tem mais chance de voto em 26 — Foto: Genial/Quaest

Depois de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro surge como o segundo nome que tem, numericamente, mais chances de angariar votos em 2026: 39% dos entrevistados votariam no ex-mandatário. Mas a parcela daqueles que não votariam é majoritária: 54%. Tarcísio tem 28% dos brasileiros dizendo que votaria nele para 2026, e 30% dizem que não.

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