Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Apenas 73 mil dos 524 mil passageiros que tinham previsão para desembarcar, entre 3 de maio e 30 de novembro deste ano, para o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, fechado há um mês e meio, desde que iniciaram às chuvas no Rio Grande do Sul, foram realocados para os aeroportos regionais gaúchos e terminais de Santa Catarina. Na prática isso significa que 86% das pessoas que estavam em um dos 18,5 mil voos para o Salgado Filho nesse período não têm garantia de realização de sua viagem. O diagnóstico foi feito ForwardKeys a pedido da Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul (Setur/RS), que ainda não fechou a conta do tamanho da perda que será provocada pela redução da conectividade aérea com outros estados e países para o turismo gaúcho.

Em levantamento divulgado nesta quata-feira, pelo blog, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) estimou que o turismo gaúcho tenha tido um prejuízo de R$ 1,33 bilhão em maio.

- A queda abrupta do fluxo de turistas e de viajantes ao aeroporto Salgado Filho, onde nós temos mais de 80% dos assentos sem condições de serem realocados entre os aeroportos de Santa Catarina e alguns regionais do Rio Grande do Sul, está trazendo graves prejuízos ao setor de turismo e de eventos do estado. Os aeroportos destacados em Santa Catarina, como é o caso de Florianópolis e Jaguaruna, têm uma distância rodoviária desestimula o passageiro a vir. O nossos aeroportos regionais precisariam de uma complementação de malha para os destinos dos hubs de distribuição, como São Paulo, para reduzir os tempos de deslocamento. Enquanto o aeroporto de Porto Alegre não abre, precisamos aumentar os voos na Base Aérea de Canoas de forma muito rápida, assim como no aeroporto de Caxias do Sul. Há a possibilidade ainda de uma readequação no aeroporto de Torres - explica Luiz Fernando Rodriguez Júnior, secretário de Turismo em exercício.

O fechamento do aeroporto na capital gaúcha não afeta apenas o turismo no Rio Grande do Sul. Entre maio e novembro de 2023, os gaúchos realizaram mais de 828 mil viagens Brasil afora, o que correspondeu 5% do volume nacional. Os principais destinos dos moradores do estado foram São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Bahia.

- A conectividade aérea a partir do Salgado Filho é crucial para evitar o aumento das passagens e garantir o trânsito dos turistas, que geram enorme impacto não só na economia gaúcha, mas nas contas dos demais estados, pois também somos um grande polo emissor. Futuramente devemos, junto às autoridades competentes, avaliar meios de criação de resiliência para que, em caso de inoperância do nosso principal aeroporto, a demanda possa ser diluída rapidamente entre os outros aeroportos - ressalta Rafael Carniel, diretor-geral da Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul.

O Aeroporto Salgado Filho, que é o décimo mais movimentado do país, está fechado desde 3 de maio e a previsão da Fraport Brasil, concessionária responsável pela operação, a perspectiva é retomar as atividades na segunda quinzena de dezembro. Serão necessários R$ 300 milhões em investimentos para tanto.

-Há necessidade da cooperação intergovernamental, município, estado e União e a Agência Nacional da Aviação Civil, para que, em conjunto com a concessionária, se ultimem todas as alternativas possíveis, financeiras, administrativas, de logística, de engenharia, técnicas, para acelerar esse processo - destaca o secretário.

O levantamento da ForwardKeys aponta que na semana de 6 a 11 de maio, as buscas por voos domésticos para Porto Alegre caíram 52%. No entanto, as buscas por voos para aeroportos regionais foi incrementada. Para Caxias do Sul o aumenta da demanda foi de 31% durante a mesma semana e continuaram a subir 20% na semana seguinte, para Jaguaruna, 49%comparada a semana anterior, a alta também aconteceu em Pelotas(39%) e Passo Fundo ( 26%).

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