Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, disse que vê com muita serenidade o ruído causado no mercado pela decisão divida sobre o tamanho da redução de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Em sua participação na noite desta segunda-feira, na 1ª Edição do Market Talks, da Liga de Mercado Financeiro da Unifei, Galípolo afirmou que o tempo vai dirimir qualquer dúvida que possa existir sobre o comprometimento da instituição com o controle da inflação:
- Entenda: Copom se dividiu sobre o risco de reputação por ter indicado um corte e acabar fazendo outro
- Risco climático tem que estar incluído nos cenários das empresas e dos bancos: Autoridades monetárias do mundo todo, inclusive no Brasil, já discutem regulação sobre o tema
- O tempo vai jogar a favor da autoridade monetária e do Banco Central. O Banco Central, ao longo do tempo, vai demonstrar claramente que vai conseguir dirimir e afastar dúvidas que possam ter sido levantadas, dado que a gente vai estar sempre reforçando, reafirmando e demonstrando o compromisso que a gente tem com o que é a nossa missão institucional, que é a persecução da meta de inflação, através da taxa de juros no patamar restritivo necessário, pelo tempo que for necessário.
O diretor do BC, disse ainda que ambos os votos, o do corte de 0,50 ponto percentual, defendido por ele, como o de redução de 0,25 ponto percentual, que foi vencedor, "eram absolutamente tecnicamente defensáveis". Mas reconheceu que existe ainda um ruído presente no mercado principalmente sobre a desancoragem das expectativas de inflação.
- A função do Copom não é explicar as razões da desancoragem. Ao final do dia, cabe ao BC responder e reagir a essa desancoragem das expectativas. Tenho acompanhado de todos os diretores, e eu também tenho tentado reforçar em cada fala minha, que não há ter divergência sobre essa questão do compromisso com a meta de inflação e que o Banco Central vai fazer o que for necessário para colocar a inflação na meta, permanecendo a taxa de juros num patamar restritivo necessário, pelo período que for necessário. É preciso que o tempo se desenrole para que as ações revelem que esse é o compromisso, não só dessa diretoria, mas do Bando Central, o corpo todo da instituição, isso vai se revelar ao longo do tempo e eu tenho certeza que a gente vai conseguir com o tempo de eliminar essas dúvidas que existem, que hoje provocam essa desancoragem das expectativas.