Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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O IGP-M de março foi negativo em 0,47%, divulgou o FGV Ibre, nesta quarta-feira. Apesar de ter registrado uma queda menos acentuada este mês, em fevereiro foi -0,52%, o índice mostrou uma desaceleração, principalmente, no segmento voltado ao consumidor, observou-se uma desaceleração pautada principalmente pelos grupos alimentação e educação, leitura e recreação.

O IGP é uma média de inflação de três segmentos: agronegócio e indústria de transformação, consumidor e construção civil. O indicador é muito influenciado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) , que recuou 0,77%, pela inflação do agronegócio e da indústria de transformação que se reflete no preço dos produtos que chegam ao consumidor final. E o que o IPA mostra, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, é que vai chegar no IPC uma inflação mais branda.

- Quando a gente observa as grandes commodities agrícolas, como milho, soja, trigo, contrariando o que a gente imaginava, estão em queda de preço. Somasse a isso o fato do minério de ferro que também é uma outra grande commodity também estar em queda. Então, quando a gente analisa o comportamento das grandes matérias-primas, aquelas que vão virar os alimentos industrializados ou mesmo os bens duráveis que a gente consome, eles estão bem comportados - explica o economista.

Braz ressalta que o grande desafio da inflação para o consumidor hoje não está naquilo que o IPA consegue antecipar. Está exatamente nos serviços livres, que até foram citados na ata do Copom e explica:

- À medida que o mercado de trabalho diminui a taxa de desemprego, aumenta a massa de salários, vai fazendo com que a demanda cresça. Os juros baixando também ajuda há quem sabe financiar um carro, um bem durável, um apartamento. Então tudo isso pode dificultar que a inflação de serviços ceda. E ela é importante porque ela é 30% do IPCA. Esse é o ponto de atenção e de incerteza que a autoridade monetária vai observar. O que ainda sobe aqui no Brasil são os alimentos in natura, mas essa pressão em torno dos in natura estão perdendo força, ela é sazonal, como já mostrou o IPCA-15. Então o que o IPA indica é uma pressão menor sobre os preços para o consumidor final.

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