Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Por Ana Carolina Diniz

Como esperado, o Copom decidiu manter os juros em 13,75%, mas não deu indicação de queda da Selic nos próximos meses. Apenas retirou do comunicado trecho sobre "possibilidade de retomar ciclo de ajuste". E pede, novamente,  "paciência e serenidade na condução da política monetária" .

Segundo o texto, a  conjuntura atual, "caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia". 

"O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas". 

Para o economista Luis Otávio Leal, os passos do Copom pareceram "tímidos" na direção do início do processo de redução dos juros.

- O primeiro checkpoint para isso seria o cenário de referência, uma vez que, como considera o último Focus, já estaria considerando a projeção de uma redução dos juros em agosto. Aqui não há nenhuma indicação clara de que isso pode acontecer, uma vez que o modelo mostra uma inflação de 3,4% para 2024, o foco da política monetária nesse momento, ainda longe da meta de 3,0% para o período. A 'boa notícia aqui é que ele tirou o cenário alternativo, onde mantinha os juros em 13,75% a.a. até o final de 2024, mostrando que já não considera isso um cenário plausível.

Para o economista André Perfeito, o comunicado não aliviou em nada o tom das últimas reuniões. Mesmo assim, ele mantém a perspectiva de corte de juros na próxima reunião com uma afrouxamento inicial de 50 pontos base e levando a SELIC a 11,75% ao final do ano.

- Me parece que o BCB está prisioneiro da sua retórica e arma para si uma situação difícil de desatar. Praticamente abandonou o protagonismo da decisão dos juros para deixar em stand by aos desígnios das projeções, projeções essas de mercado que tem errado de maneira significativa desde o início do ano.

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