Malu Gaspar
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Malu Gaspar

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Informações da coluna

Por Malu Gaspar

O general da reserva Ridauto Fernandes, alvo da 18a fase da Operação Lesa Patria, defendeu a decretação de um estado de sítio em 2020, no auge da pandemia de Covid-19, para que Jair Bolsonaro pudesse intervir nos estados e determinar as regras de circulação durante a pandemia de Covid-19.

Fernandes, que foi diretor de logística do Ministério da Saúde e é suspeito de ser um dos organizadores dos atos golpistas de 8 de janeiro, não escondia em manifestações públicas o gosto por intervenções armadas.

Numa delas, em novembro de 2020, no auge da briga pelas vacinas, ele enviou um longo texto para uma uma lista de WhatsApp da qual participam oficiais militares e PMs, em que dizia: "Por alguns valores, um militar passa (facilmente) por cima de muita coisa. Desculpem os que se sentirem ofendidos, mas por minha Pátria em morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui, para não provocar chiliques."

Em 8 de janeiro, Ridauto publicou vídeos em suas redes sociais em que aparecia no meio do quebra-quebra.

"Queria dizer que tô arrepiado aqui. O pessoal acabou de travar a batalha do gás lacrimogêneo", disse o general da reserva, enrolado em uma bandeira do Brasil.

Na mensagem, o general não explicou que coisas ele fazia que não poderia listar. Mas deixou claro que não estava brincando.

"Se eu achar que minha Pátria estiver precisando, aceito de cabeça erguida humilhações e cusparadas. E, se achar que minha Pátria estiver precisando, providenciarei para que aquele que a esteja agredindo seja neutralizado. Adoro essa palavra, neutralizado", completou.

O general da reserva, que foi membro das Forças Especiais, ocupou o cargo de diretor de logística do Ministério da Saúde na gestão Pazuello em julho de 2021, depois de uma denúncia de cobrança de propina na compra de vacinas contra um apadrinhado do Centrão.

Quando Ridauto foi escolhido por Bolsonaro, postagens que ele fazia constantemente em redes sociais e mensagens defendendo medidas de exceção no Brasil voltaram a circular.

Egresso das Forças Especiais, assim como vários outros membros do governo, o Ridauto formou-se na turma da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1987. Chegou a general de Brigada em 2017, mas deixou as forças logo depois para trabalhar em consultorias.

Na época em que a mensagem de WhatsApp se disseminou nas listas militares, o general Ridauto Fernandes disse à equipe da coluna que ela expressava seu pensamento desde sempre e que tinha orgulho dele. "Destaco que, na data em que o expressei, não integrava qualquer órgão de governo e, portanto, falava somente por mim, com a liberdade que a lei me garantia".

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