Malu Gaspar
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Informações da coluna

Por Malu Gaspar

As repetidas vaias que recebeu no anúncio do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal fizeram o governador do Rio, Claudio Castro, desistir de discursar na cerimônia que está sendo realizada nesta manhã no Teatro Municipal.

Pela programação inicial, feita pelo ministério da Casa Civil, Cláudio Castro deveria ser o penúltimo a discursar, logo antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas na última hora o governador fluminense foi substituído pelo do Pará, Helder Barbalho.

Castro foi vaiado duas vezes no início da cerimônia, quando teve seu nome anunciado pelas autoridades presentes (a ex-presidente Dilma Rousseff foi bastante aplaudida). Em pelo menos uma ocasião, pessoas presentes gritaram "assassino".

Castro já tinha sido vaiado em um evento com Lula nesta quinta-feira, em Campo Grande. Na ocasião, o próprio presidente fez declarações duras a respeito da polícia fluminense, em razão da morte do menino Thiago Menezes, de 13 anos, baleado por PMs na Cidade de Deus.

Segundo o que a equipe da coluna apurou, Castro desistiu de falar depois de uma conversa nos bastidores do teatro entre as equipes da Presidência da República e do governo do estado. Isso porque os assessores de Castro cobraram que o próprio Lula pedisse respeito à plateia do teatro – como já fez, por exemplo, quando esteve em Pernambuco, em um evento com a governadora Raquel Lyra, que também estava sendo vaiada.

Os integrantes da equipe do presidente, porém, disseram que não tinham como controlar a reação das pessoas. Pediram desculpas em nome do presidente, dizendo que Lula estava chateado. Sugeriram, ainda, que Castro avaliasse se valia a pena falar.

O governador, então, decidiu não discursar. Pessoas que acompanharam a discussão relataram que Castro ficou muito irritado. "Estão nos humilhando! Falar de Bolsonaro é mole. Estão fazendo igualzinho", reclamou um dos aliados de Castro que estava no teatro.

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