Lauro Jardim
PUBLICIDADE
Lauro Jardim

Informações exclusivas sobre política, economia, negócios, esporte, cultura.

Informações da coluna

Com Cláudio Castro em Lisboa desde o início da semana para participar do “Gilmarpalooza”, o vice Thiago Pampolha, governador em exercício, tenta desde o início da semana publicar no Diário Oficial um decreto para instituir um comitê sobre incêndios florestais do estado.

Tenta, mas não consegue. Motivo: uma queda de braço silenciosa nos bastidores, associada ao “racha” que divide Castro e Pampolha desde o início do ano — eles estão rompidos.

Dados públicos do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) mostram que, em 16 de maio, quando Castro estava nos EUA, Pampolha, então comandando o estado, enviou a proposta em questão à Casa Civil. A ideia é conectar as secretarias num órgão colegiado que previna e combata as queimadas. Elas tiveram alta de 800% no estado entre 1º e 24 de junho, conforme revelou a repórter Ana Lúcia Azevedo.

Um mês atrás, a Casa Civil de Castro não deu andamento ao pedido do vice — Castro retornou ao país antes disso. Agora, enquanto Castro está em território português, nova ordem para instaurar o comitê foi dada por Pampolha, mais uma vez na cadeira de titular. E o decreto segue fora do Diário Oficial.

O mesmo sistema indica que, na noite do último dia 26, Pampolha determinou a publicação do texto. E indicou ao chefe da gabinete da Casa Civil estadual, Marco Simões, que o fizesse “impreterivelmente e improrrogavelmente”. O vice também sinalizou textualmente que “o não cumprimento da determinação incorrerá nas medidas administrativas e demias cabíveis” aos servidores da pasta.

Na edição do Diário Oficial que se seguiu à mensagem (27 de junho), o decreto não foi publicado. E não há previsão de que a publicação aconteça no próximo volume (28 de junho). O titular da Casa Civil, Nicola Miccione, está em Portugal acompanhando Castro. A previsão é que voltem ao fim da semana.

O “racha” que divide Castro e Pampolha dura mais de seis meses, e foi inaugurado após a virada do ano, quando o vice decidiu migrar de partido, do União Brasil para o MDB, deixando o governador insatisfeito.

A situação se agravou desde então, com conflitos frequentes — alguns deles enquanto Castro está no exterior, como nas duas viagens aos EUA e à Lisboa. Em abril, Pampolha foi demitido da Secretaria de Meio Ambiente, que ocupava desde 2021.

Sobre o decreto, a Casa Civil de Castro afirma que ele foi encaminhado para a secretaria do Ambiente e Sustentabilidade (chefiada por Bernardo Rossi, sucessor de Pampolha como secretário); ao Inea (o Instituto Estadual do Ambiente) e à Defesa Civil para que dessem pareceres a respeito

A pasta também disse que, devido à “transversalidade” da proposta, a Procuradoria Geral do Estado pediu para analisar e se manifestar a respeito do tema.

Já Pampolha afirmou, também em nota, que a pauta é “urgente”, e que “lamenta a insurbordinação da equipe que deveria respaldar uma política pública tão importante como essa”.

Mais recente Próxima Americanas: Depois da operação da PF, vem aí o resultado de mais uma investigação da fraude

Inscreva-se na Newsletter: Lauro Jardim