Lauro Jardim
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O Observatório do Marajó, uma ONG dedicada à observação de políticas públicas na ilha paraense, emitiu há pouco um alerta sobre a “propaganda” que associa o local à exploração sexual de crianças.

A entidade batizou o texto de “Não acredite em tudo que vês na internet”, depois de o Marajó emergir em comentários nas redes sociais na esteira de uma canção apresentada na semana passada em um reality show musical gospel no YouTube.

“Evangelho dos fariseus”, escrita e cantada por uma jovem chamada Aymeê, diz: “Enquanto isso, no Marajó / O João desapareceu / Esperando os ceifeiros da grande seara (...)”. A referência, segundo ela, seria ao tráfico de órgãos e à “pedofilia em nível hard” que acometeriam os moradores da ilha.

O conteúdo foi compartilhado por Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos na gestão de Jair Bolsonaro, bem como por centenas de apoiadores delas nas redes sociais, que passaram a cobrar posicionamento de influenciadores. Também houve registros de adesões de nomes como os de Rafa Kalimann, Juliette e Virginia Fonseca.

Com isso, as buscas pelo Marajó explodiram no Google, superando o interesse virtual na própria capital do estado, Belém.

Só que, para o Observatório do Marajó, essa leitura sobre os municípios da região estaria equivocada. Diz trecho do texto divulgado: “A propaganda que associa o Marajó à exploração e o abuso sexual não é verdadeira: a população marajoara não normaliza violências contra crianças e adolescentes. Insiste nessa narrativa quem quer propagá-la e desonrar o povo marajoara (...)”. “Não espalhe mentiras nas redes e nem caia em desinformação e pânico moral!”, afirma outra parte da nota.

A mensagem contém uma referência à Damares. Para o Observatório, a senadora atuou “espalhando mentiras” sobre o Marajó e, embora tenha prometido, não teria destinado recursos às comunidades escolares da ilha. Ela criou o programa “Abrace o Marajó”, substituído no governo Lula pelo “Cidadania Marajó”.

Damares ainda foi alvo de um pedido de retratação e indenização de R$ 5 milhões feito pelo MPF do Pará, pelos danos sociais e morais coletivos supostamente causados à população da ilha.

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