Lauro Jardim
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Parte dos R$ 522,7 mil do Fundo Partidário que o União Brasil informou à Justiça Eleitoral ter gasto com o transporte e a segurança de Sergio Moro, na pré-campanha do ano passado, levou o ex-juiz da Lava-Jato a compromissos pessoais entremeados à intensa agenda das eleições.

É o que indica um relatório de atividades da empresa Fragalli Transportes, do Paraná, emitido em abril de 2022. A empresa recebeu R$ 8,3 mil por três diárias e um transfer prestados a Moro entre os dias 15 e 18 daquele mês — de sexta a segunda-feira, englobando o fim de semana.

A documentação mostra que, no período, o Audi blindado contratado para Moro foi utilizado em tarefas anotadas como “residência, açougue, casa amigo, aeroporto” (este último foi o único compromisso da segunda, 18, na volta do Paraná para São Paulo).

A Fragalli, assim como a Couto Segurança e Vigilância, de São Paulo, era também responsável por buscar e levar Moro e a mulher, a hoje deputada Rosangela Moro, nos aeroportos dos dois estados. Num relatório da Couto, de 22 de maio de 2022, por exemplo, consta, escrito à mão: “buscar a dra. Rosangela Moro no Aeroporto de Congonhas (...)”.

Esses deslocamentos cotidianos encareceram bastante a fatura que o União Brasil liquidou, sobretudo entre abril e maio, quando a pré-campanha ao Senado ainda não estava completamente aquecida.

Entre 29 e 26 de maio do ano passado, por exemplo, a sigla desembolsou R$ 12,5 mil para que Moro transitasse várias vezes, com a Fragalli Transportes, entre o aeroporto de Curitiba, sua casa e o escritório de advocacia que o auxiliava no Paraná. Anteriormente, de 13 a 14 de abril de 2022, a Couto Segurança e Vigilância já havia recebido R$ 7,7 mil por trechos que envolviam apenas Congonhas, um hotel no Jardim Paulista (onde Moro teve reuniões) e o imóvel em que ele estava no Itaim Bibi.

Procurada, a equipe de Moro enviou nota em que afirma que “os gastos com segurança são necessários à integridade física do senador e quem tenta politizá-los finge esquecer do plano para assassiná-lo”. O texto destaca ainda que essas despesas “não representam qualquer vantagem eleitoral e a Justiça Eleitoral assim reconhecerá”. A menção às despesas, segundo a nota, seria “pretender dizer que o senador foi eleito por trafegar em veículo blindado e com segurança, duas necessidades que não trazem votos, ao contrário, impuseram várias limitações”.

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