Lauro Jardim
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Por João Paulo Saconi

A juíza Caroline Figueiredo, que substitui Marcelo Bretas na 7ª Vara Federal Criminal do Rio desde o afastamento, em fevereiro, rejeitou uma denúncia do MPF contra um procurador fluminense acusado, em 2019, de receber propina da Odebrecht. Renan Saad chegou a ser preso pela Lava-Jato por dez dias, há cinco anos, mas as provas que a procuradoria afirmava ter contra ele (pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha) foram anuladas em março passado pelo ministro Dias Toffoli, do STF.

Toffoli entendeu que, na esteira de um julgamento da 2ª Turma do Supremo em 2022, não poderiam ser utilizadas contra Saad as informações dos sistemas Drousys e My Web Day, utilizados pela Odebrecht para operar pagamentos de propinas. Os dados foram entregues ao Judiciário no acordo de leniência da empreiteira, mas foram contaminados pela suspeição de Sergio Moro e pela incompetência jurídica da força-tarefa da Lava-Jato.

A defesa de Saad, representada pelo criminalista Bruno Fernandes, protocolou uma reclamação no STF pedindo a revisão do uso das provas. A denúncia do MPF, então, foi revista por Caroline Figueiredo a partir do entendimento de Toffoli. Com isso, no último dia 4, a magistrada decidiu pela rejeição tardia da denúncia, um procedimento inédito na Lava-Jato do Rio: em vez de seguir tramitando, o processo foi extinto sem que Saad fosse considerado réu, ainda que Bretas tivesse decidido aceitar a denúncia anteriormente.

De acordo com Caroline, sem as provas dos sistemas da Odebrecht, restou contra Saad apenas o depoimento do delator Marcos Vidigal do Amaral, ex-diretor de contratos da empresa, o que não seria suficiente para “inaugurar uma ação penal contra quem quer que seja���. Ainda segundo a juíza, as informações restantes no caso “sequer são capazes de demonstrar a materialidade delitiva” contra Saad.

O procurador teria, conforme sustentava o MPF, recebido R$ 1,2 milhão entre 2010 e 2012 para proferir pareceres favoráveis à Odebrecht na alteração do traçado do Metrô do Rio, além de se posicionar pela mudança da metodologia de execução das obras.

O MPF não recorreu e a denúncia será arquivada.

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