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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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As ações da joalheria Vivara acumulam queda de mais de 17% desde o pregão de segunda-feira, depois que a volta do fundador ao comando do negócio evoluiu de uma sucessão inesperada para uma troca desastrada e os investidores começaram a vender os papéis em massa.

A companhia, que valia R$ 7,25 bilhões no fim de semana, perto de sua máxima histórica, agora registra uma capitalização de mercado de R$ 6 bilhões. A perda de R$ 1,25 bilhão em valor é resultado de um tombo de 14% na véspera e de uma nova queda de mais de 4% no pregão desta terça-feira.

O estopim para tamanha rejeição foi o anúncio, na noite de sexta-feira, de que Paulo Kruglensky deixaria o cargo de CEO e seria substituído por Nelson Kaufman — fundador e maior acionista da companhia (25%), mas que estava afastado do negócio há 13 anos e nem sequer tinha assento no conselho.

Os investidores reagiram mal porque, além de não terem tido qualquer indicação prévia de que a troca ocorreria, Kruglensky era bem avaliado pelo mercado. Em um ano, a ação se valorizava 38% até a mudança, com cotação próxima à sua máxima histórica.

Para piorar, Kaufman chegou falando que uma de suas metas seria internacionalizar a marca brasileira — um desafio, segundo os investidores, uma vez que esse mercado é dominado por conglomerados globais — e protagonizou uma teleconferência com investidores classificada de caótica por quem acompanhou — repleta de gafes e com mais críticas do que elogios sobre a Vivara saindo da boca justamente do seu maior acionista.

“A empresa tem sido um dos varejistas listados com melhor desempenho sob a liderança de Kruglensky, o que chama a atenção para potenciais conflitos adicionais dentro de seu grupo de controle e levanta questionamentos sobre a governança corporativa. Nesse contexto, a mudança no comando sugere uma possível mudança no foco da empresa em direção à internacionalização, enquanto a expansão da bandeira Life e as estratégias omnichannel, focos recentes, têm gerado resultados positivos significativos, com as tendências de crescimento da Vivara se destacando entre concorrentes”, resumiram os analistas do JP Morgan em relatório na segunda-feira.

O banco completou:

“É relevante ressaltar que a maioria dos varejistas brasileiros, incluindo os premium, historicamente têm enfrentado dificuldades para replicar com sucesso os retornos obtidos no Brasil em outros países.”

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