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Informações da coluna

Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

Por Rennan Setti* — Porto Alegre

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração da Magazine Luiza, afirmou nesta quarta-feira que “não tem cabimento” os juros estarem a 13,75% e que a política monetária inviabiliza a própria cobertura do déficit público. Sócia de uma das maiores varejistas do país, a bilionária vem sendo uma das mais vocais críticas do aperto de juros promovido pelo Banco Central, fazendo coro à pressão exercida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— Não tem cabimento os juros estarem em 13,75%. Um país vive da renda e crédito. A renda vem do emprego. Se não tem emprego, as pessoas não compram nada, e também não vai ter receita para cobrir o déficit público. Você tem que ter o juro alto quando está com excesso de consumo. Mas não tem isso. Então, não tem razão, isso que é duro. Não precisava disso — disse Luiza, durante participação no South Summit, evento de tecnologia e inovação que reúne 20 mil pessoas esta semana em Porto Alegre.

Embora sua crítica esteja alinhada com a percepção do governo, a empresária negou “ser Lula, ser de esquerda”.

— É por essas coisas (preocupação com desigualdade e inclusão) que falam que eu sou Lula, que eu sou esquerda… Mas eu sou Brasil — rebateu ela, negando (pela enésima vez) qualquer interesse em iniciar uma carreira política.

‘Tiro no pé’

Questionada sobre a ofensiva de rivais asiáticas no mercado brasileiro — só a chinesa Shein detém mais de um quarto do e-commerce de roupa por aqui —, Luiza Helena afirmou que “não tem com competir quando você paga 37% de imposto e o outro não paga nada”. O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), do qual Luiza Helena é conselheira, vem pressionando o governo por causa das vantagens tributárias exploradas pelas rivais do chamado e-commerce cross-border.

— Não pagar imposto é um negócio da China. Isso vai tirar o emprego do Brasil. Estamos trabalhando para conscientizar o consumidor. Queremos ter as vantagens que os outros têm. O consumidor tem que se conscientizar que estamos dando um tiro no pé. Dá então para nós o que o outro tem (de vantagem) — criticou a empresária.

* O repórter viajou a convite da ANK Reputation

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