Alvo de tentativa de golpe militar, o presidente da Bolívia, Luis Arce, vive um momento de forte tensão nas relações com os Estados Unidos.
Na segunda-feira, o Ministério de Relações Exteriores da Bolívia convocou a encarregada de negócios americana, Debra Hevia, para uma reunião a portas fechadas.
Segundo nota da Chancelaria, o objetivo foi "manifestar preocupação e fazer um protesto sobre uma série de pronunciamentos e ações do pessoal da Embaixada dos EUA".
O governo boliviano afirmou que promove uma política externa "baseada nos princípios de igualdade, não interferência e respeito à soberania, seguindo as normas do direito internacional".
"Nessa linha, rechaça qualquer tipo de ação que promova interferência em nosso país", concluiu.
No último dia 13, o ministro da Economia, Marcelo Montenegro, acusou publicamente os EUA de tramarem um "golpe brando" contra o governo da Bolívia.
O auxiliar de Arce atribuiu a escassez de dólares e de combustíveis a uma tentativa de "asfixia econômica" para desestabilizar o país.
Em nota no mesmo dia, a embaixada dos EUA disse "rechaçar rotundamente as falsas declarações do ministro", e afirmou respeitar a democracia e a soberania da Bolívia.
Nesta quarta, um porta-voz do governo americano disse que o presidente Joe Biden pede "calma" e "acompanha de perto" a crise na Bolívia.