Jair Bolsonaro chegou a enviar para o seu então ajudante de ordens, Mauro Cid, imagens do relógio Patek Philippe dado a ele como presente pelo regime saudita. Uma das imagens inclui a pesquisa do valor do relógio, estimado em US$ 51 mil. Em outra, o ex-presidente encaminhou o certificado do relógio.
Os dados contam no relatório final da Polícia Federal sobre as joias que Bolsonaro ganhou com chefe de estado e que se apropriou e maneira ilegal.
As provas colhidas na investigação contradizem a versão dada pela defesa de Bolsonaro, que sustentou, em agosto do ano passado, que o ex-presidente sequer teria conhecimento da existência do Patek Philippe.
O advogado Paulo Cunha Bueno, que integra a defesa de Bolsonaro, chegou a afirmar em entrevista compartilhada pela Globo News no X (antigo Twitter), no dia 18 de agosto de 2023, que o ex-presidente desconhecia o item. “Esse relógio Patek Philippe, ele surgiu agora. Honestamente, o presidente Bolsonaro não tem ciência dele, tá? E isso é algo que a investigação vai ter que apurar o que que aconteceu. Os demais estavam no acervo dele, assim catalogados...”, declarou, na ocasião.
Restou comprovado ainda, pela Diretoria de Documentação Histórica da Presidência da República, que o relógio Patek Philippe, assim como seu certificado de autenticidade, sequer constam nos sistemas de informação do departamento.
A PF identificou que a venda deste modelo e de um relógio Rolex foi feita por US$ 68 mil. O dinheiro foi dado a Bolsonaro.
![Imagem do modelo Patek Philippe enviada por Bolsonaro a Mauro Cid — Foto: Reprodução relatório da PF](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/yNFPl-38sGL4rm_KceWPQyCY9cA=/0x0:897x574/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/O/W/YjfARhQDScqn5gMYhE3A/dce4e064-d869-4fe0-b206-2a8ffa0b9dba.jpg)