Ministro do governo Lula com maior número de seguidores nas redes sociais entre todos os membros da Esplanada, Fernando Haddad (Fazenda) ainda não explora o potencial deste universo. É isso que mostra um levantamento da consultoria Bites solicitado pela coluna.
Os dados evidenciam que Haddad detém cerca de 7,2 milhões de seguidores nas redes, o que representa 21% da audiência de todos os ministros, mas é um dos que menos faz postagens. De março do ano passado até agora, ele fez 162 publicações. Em número de posts, o chefe da pasta da Fazenda é o 32ª colocado entre 34 ministros, à frente apenas de André de Paula (Pesca), com 100 publicações, e Esther Dweck (Gestão e Inovação), com 79 postagens no mesmo período.
Juntos, os membros do primeiro escalão do governo Lula angariam 35,2 milhões de seguidores, sendo Haddad o nome com mais seguidores. Atrás aparecem Marina Silva (Meio Ambiente), com 16%, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, com 9%.
— Do ponto de vista de comunicação, é um problema, porque o principal ministro do presidente Lula e potencial sucessor está fora do debate público nas redes sociais. Vemos que ele não discute questões nas quais poderia influenciar a opinião pública em favor do governo, como reforma tributária ou ‘taxa das blusinhas’— diz o sócio e diretor-executivo da Bites. Manoel Fernandes.
O especialista aponta que a rede de Haddad passou a ser construída em 2018, quando foi candidato à Presidência da República, após Lula ser preso.
— Ele é uma peça importante na estratégia de comunicação do governo e ninguém faz uso dessa rede construída desde a campanha de 2018 — afirma.
Mesmo que indiretamente, Haddad movimentou as redes no mês passado, ao confrontar bolsonaristas na Câmara dos Deputados, e foi elogiado diretamente pelo presidente Lula. O ministro da Fazenda tem deixado claro, porém, que não pretende fazer o papel de “lacrador” e avalia que esse não é seu perfil.