O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou um recuo no projeto que equipara aborto após a 22ª semana de gestação a homicídio, depois da pressão social gerada pelo tema.
O deputado apontou a possibilidade de mudar o texto e disse que a medida não incluirá os casos em que o aborto já é permitido por lei. O gesto desagradou integrantes da bancada evangélica da Câmara, que afirmam não acreditar que Lira vai recuar no conteúdo da proposta e nem adiar a votação do tema.
Entre os membros da bancada evangélica, a expectativa é de que o projeto vá ao plenário da Casa em duas semanas, após a escolha da relatora. Para esses parlamentares, Lira vai cumprir o que prometeu quando negociou colocar a proposta do aborto em pauta, ainda na sua campanha para ser reeleito presidente da Casa.
Agora, o deputado trabalha com afinco para fazer seu sucessor no posto. Os evangélicos acreditam que Lira não vai se indispor com a bancada, que tem mais de 200 parlamentares, correndo o risco de atrapalhar seu plano para as eleições internas de fevereiro de 2025.
Da maneira como está, o projeto abre margem para que a vítima do estupro tenha pena maior que a de seu agressor.