Nas últimas semanas de seu segundo mandato como procurador-geral da República, Augusto Aras causou constrangimento entre colegas do órgão. Nesta quarta-feira, ele enviou por email, a todos os procuradores, seu livro “Ações que Salvam: Como o Ministério Público se Reinventou para Enfrentar a Covid-19”.
A atitude causou indignação e foi considerada “deboche” pela maior parte dos integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles são críticos à postura leniente de Aras em relação à conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.
“A publicação tem o objetivo de consolidar dados e informações acerca do trabalho, que enfatizou o diálogo e a cooperação como estratégias para reduzir e conter as consequências do coronavírus”, diz a mensagem assinada por Aras.
Durante a crise sanitária, procuradores chegaram a elaborar um documento para criticar a posição de Aras sobre a atuação do governo Bolsonaro.
Como informou a coluna, o procurador-geral da República deu ao presidente Lula o primeiro exemplar de seu livro no encontro que tiveram, no mês passado.
A situação também gerou mal-estar, já que a falta de ação de Aras sobre o tema é um dos principais impeditivos para sua manutenção no cargo. O mandato do PGR termina em 26 de setembro e os mais cotados para substituí-lo são Antônio Carlos Bigonha e Paulo Gonet.