Bela Megale
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Investigações criminais, bastidores do poder e a vida política de Brasília

Informações da coluna

Bela Megale

É colunista do GLOBO em Brasília e colaboradora da revista "Época". Passou pelas redações de "Folha de S.Paulo", "Veja", "Istoé", entre outras publicações.

Por Bela Megale

O hacker Walter Delgatti colocou mais um militar no rol das apurações da Polícia Federal. O ex-ministro da Defesa e general da reserva Paulo Sergio Nogueira será chamado para depor aos investigadores. A data não foi definida.

O foco é que Paulo Sérgio Nogueira fale sobre as cinco visitas que o hacker afirma ter feito ao Ministério da Defesa para tratar das urnas eletrônicas. A pasta afirma não ter registros da entrada e o advogado informou que seu cliente entrou no prédio pelos fundos.

Delgatti diz ainda que um dos encontros teria sido com o próprio Nogueira, que à época estava à frente da pasta. O general nega a agenda para integrantes do Exército, mas admitiu ter conhecimento de um encontro de Delgatti com a área técnica da pasta.

Após o depoimento do hacker na CPI do 8 de janeiro, Jair Bolsonaro admitiu que se reuniu com Delgatti para falar de urnas e que o encaminhou para uma conversa no Ministério da Defesa. A agenda com o ex-presidente foi intermediada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Outro foco de apuração será o relatório final sobre as urnas feito pelas Forças Armadas, no qual os militares apontam não terem encontrado irregularidades. Delgatti diz que ele próprio orientou o documento.

A gestão de Paulo Sérgio Nogueira como ministro da Defesa foi marcada por pressões e embates com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as urnas, com envio constante de ofícios e cobranças por parte do general. Na ocasião, até integrantes das Forças Armadas consideraram que Nogueira estava “exagerando” e que adotou um postura muito subserviente a Bolsonaro.

Na semana passada o ministro da Defesa, José Múcio, pediu à PF que compartilhe o nome de militares que teriam se reunido com o hacker.

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