Inventário de João Gilberto, pai da Bossa Nova, gera disputa

João Gilberto, pai da Bossa Nova, faleceu há três anos, deixando três filhos, João Marcelo, Bebel e Luisa, e três álbuns icônicos: “Chega de Saudade” (1959), “O Amor, o Sorriso e a Flor” (1960) e “João Gilberto” (1961). Além de seu legado musical, a herança do artista tornou-se centro de disputas legais, e a revista Veja trouxe atualizações sobre o assunto.

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Segundo o veículo, o inventário de João Gilberto permanece em disputa. Maria do Céu Harris, de 61 anos, e Claudia Faissol, de 52 anos, reivindicam judicialmente o reconhecimento como companheiras do músico. Claudia entrou com ação na 18ª Vara de Família do Rio, buscando reconhecimento de união estável entre 2006 e 2017.

Maria do Céu, por sua vez, alega uma relação desde 1984, reconhecida liminarmente pela Justiça em 2022, que determinou a reserva de 50% da herança. Ambas as mulheres apresentaram provas substanciais para sustentar suas reivindicações. Claudia anexou documentos, fotos e uma lista de testemunhas.

“Tomei a decisão de requerer a união estável para trazer a verdade dos fatos e não permitir que ninguém apague nossa história”, declarou Claudia à revista Veja. Maria do Céu, que nunca trabalhou, apresentou extratos de contas, despesas de viagens e comprovantes de residência. “Querem me retratar como uma qualquer, algo que jamais fui”, rebateu Claudia sobre as acusações de Maria.

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Mais nomes na disputa do Inventário de João Gilberto

A veja contou também, aliás, que os filhos de João Gilberto também estão divididos. Bebel reconheceu a união estável do pai com Maria do Céu, enquanto João Marcelo nega o relacionamento e acusa Maria de ser uma “garimpeira”. Luísa, a caçula, apoia sua mãe, Claudia, enquanto enfrenta Bebel na Justiça pelo posto de inventariante do espólio.

A disputa não se limita às companheiras. Bebel e Luísa duelam pelo posto de inventariante. Recentemente, João Marcelo causou polêmica ao revelar fitas cassete do pai, consideradas partes do espólio. “Ele resgatou essas fitas, que estavam sumidas do apartamento do pai, só não posso dizer de onde”, explicou a advogada de João Marcelo.

Além do reconhecimento das uniões, os herdeiros aguardam a conclusão de uma ação de indenização de 150 milhões de reais contra a extinta EMI, valor questionado pela Universal Music.

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A decisão sobre as uniões estáveis está nas mãos do juiz, que pode reconhecer uma, outra ou nenhuma das relações. Porém, independente disso, algo é fato: a briga judicial pelo legado e inventário de João Gilberto parece longe de um fim.