Conteúdo publicado há 22 dias
OpiniãoPolítica

Maierovitch: PGR dará tiro no pé se juntar ações contra Bolsonaro em uma só

A PGR (Procuradoria-Geral da República) cometerá um erro se decidir aglutinar todas as ações existentes contra Jair Bolsonaro em uma só, afirmou o jurista e colunista Wálter Maierovitch no UOL News desta quarta (10).

Para evitar decisões conflitantes de vários juízes, existe a conexão: juntar tudo em uma peça única, para evitar que um decida de um jeito e outro, de outra maneira. Mas tudo com relação ao Bolsonaro está no STF e só ele julgará. Se juntar tudo, o que acontece? Durante a instrução, as provas vão saindo de lugar e se diluindo.

O sistema americano recomenda que, em casos de vários crimes cometidos sob associação criminosa, tudo seja feito em ações diferentes para que a prova não vá embora e se desfoque o centro.

Darão um tiro no pé se botarem [em uma peça única]. São inúmeros fatos e circunstâncias a provar. Imaginem quanto tempo de instrução levaria tudo isso e quanta coisa não escaparia. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

Maierovitch vê Bolsonaro em "situação de desespero", já que ele não pediu um habeas corpus, mesmo já tendo acesso a esse recurso.

Neste momento jurídico, a imagem da radiografia de Bolsonaro é dele em uma camisa de força. Ou, como se dizia antigamente, em uma camisa de sete varas.

Com os indiciamentos, e já temos dois [fraude no cartão de vacinação da covid-19 e venda das joias sauditas], existe uma imputação e um remédio. Bolsonaro é o único doente que não vai atrás do remédio. Se ele alega que é perseguido e não existe justa causa para nada disso, por que não vai atrás do remédio constitucional, que é o habeas corpus? A Justiça já marcou o indiciamento e ele poderia fazer isso.

Por que Bolsonaro ou qualquer um por ele não busca o remédio para Justiça decidir se há ou não perseguição ou justa causa? Porque ele está em situação de desespero. Ele continua com esse discurso nas redes sociais e quer a doença. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Continua após a publicidade

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes