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CNI, CNA e Pacheco querem privilégios para si e rigor fiscal para pobres

O colunista Kennedy Alencar afirmou no Análise da notícia desta quarta (12) que a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), querem privilégios para si e rigor fiscal para os pobres. Kennedy destacou que as entidades foram contrárias à MP do PIS/Cofins mesmo sendo beneficiadas por medidas recentes do ministério da Fazenda.

O Pacheco é aquela coisa, ele faz um discurso lá na Faria Lima, vai lá no BTG, naqueles seminários todos. Aí chega em Brasília, faz o lobby dessas entidades que são atrasadas. A CNI e a CNA são entidades de lobby atrasados. A gente precisa regulamentar o lobby, tão defendendo benesses para setores específicos da economia, sem discutir se esses benefícios são bons para a sociedade. E aí, devem estimular o Haddad a acabar com o piso constitucional para os gastos em educação e saúde, e para que parte da população? Para os mais pobres. Então é sempre maior rigor fiscal no lombo dos mais pobres.

Kennedy comentou que o presidente da CNA, entidade contrária ao MP do PIS/Cofins, se recusou a falar com o presidente Lula (PT). João Martins declarou apoio a Bolsonaro em 2022.

O presidente da CNA, João Martins, disse que o governo Lula é um desgoverno e que ele se recusa a falar com o Lula. O cara que dirige uma entidade de lobby, uma entidade atrasada, tá se sentindo no direito de dizer que não fala com o presidente da República. O João Martins ele apoiou o Bolsonaro em 2022, e disse que se o país elegesse o Lula ia eleger uma equipe incompetente e corrupta. Afirmou que o Lula tinha sido preso como ladrão e processado e ia virar presidente da República. Esse é o João Martins, é o nível dele.

Kennedy destacou que a CNA é uma entidade predatória em relação ao orçamento público e incapaz de negociar com o ministro da Fazenda.

A CNA é uma entidade que não tem posição firme na defesa do meio ambiente. Ela é predatória em relação ao meio ambiente e é predatória também em relação ao orçamento público. É até uma injustiça quando você o que o governo entregou para esse setor que é incapaz de negociar com o ministro da Fazenda, que é um moderado. O Haddad não é nenhum radical, o Haddad está sendo atacado e criticado pela moderação dele. Então esse é um problema.

Kennedy destacou que a Confederação Nacional da Indústria também foi contra a MP do PIS/Cofins mesmo sendo beneficiada por medidas do ministério da Fazenda.

Aí você pega a CNI. E a outra que ficou contra a MP do PIS/Confins. Acabou de ganhar um pacotaço pela indústria automobilística. Acabou de levar a taxação das chamadas blusinhas chinesas, que é taxar em 20% as importações até 50 dólares. Aí ninguém fala que é aumento de carga tributária, aí a indústria não diz que é aumento de carga tributária para as pessoas que vão fazer a compra. Ela fala: não aguento mais pagar impostos, mas semana passada apoiaram a elevação de impostos para defender os seus interesses. Aí fica fácil. Aí fica gostoso. Olha joga pro Lula, pra presidência, cortar gastos de onde você vai tirar, e o Congresso e esses setores não querem dar uma resposta para os gastos públicos. Kennedy Alencar, colunista do UOL.

O que diz Pacheco

Após a publicação do texto, a assessoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, entrou em contato com o colunista Kennedy Alencar e pediu a publicação da seguinte nota: "A decisão tomada leva em conta a óbvia inobservância da Constituição Federal, ao alterar regra tributária sem observar anterioridade. Não fui a evento de BTG e nem recebi presidente da CNI e CNA. Isso não aconteceu. Mas conversei antes com o presidente Lula, que compreendeu bem a situação".

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O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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