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PF prende 4 em operação que mira 'gabinete do ódio' e Abin de Bolsonaro

A Polícia Federal prendeu preventivamente quatro pessoas, na manhã de hoje (11), na quarta fase da Operação Última Milha, que apura desvios na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sob o governo Bolsonaro e a atuação do chamado "gabinete do ódio", grupo que disseminava nas redes sociais notícias falsas e ataques contra autoridades.

A PF também mira ex-integrantes da Abin durante a gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem, atual deputado federal pelo PL-RJ e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Segundo apuração da coluna, foram presos:

  • Mateus Sposito, que foi assessor no Ministério das Comunicações no governo Bolsonaro e é suspeito de também atuar para o "gabinete do ódio";
  • Richards Pozzer, que divulgava notícias falsas em suas redes sociais e chegou a publicar ataques contra senadores da CPI da Covid;
  • O policial federal Marcelo Bormevet, que foi levado para a Abin por Ramagem para comandar um órgão de inteligência;
  • O militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, que trabalhava na Abin subordinado a Bormevet.

Há ainda um quinto mandado de prisão, que até o momento não foi cumprido. Ele é para Rogério Beraldo de Almeida, influenciador que, assim como Pozzer, divulgava notícias falsas em suas redes sociais repassadas pelos agentes da Abin, conforme as investigações.

Também são cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator da investigação.

O ex-assessor do Palácio do Planalto José Matheus Sales, apontado como um dos principais integrantes do "gabinete do ódio", foi alvo de busca e apreensão.

A PF também cumpriu buscas na residência de um assessor legislativo, Daniel Ribeiro Lemos, que trabalha para um deputado do PL. Ele é suspeito de auxiliar na estrutura do "gabinete do ódio".

Nesta fase da operação, a PF apura suspeitas de que a Abin atuou clandestinamente para divulgar notícias falsas sobre membros dos Três Poderes e jornalistas, além de acessar ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e a infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

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Carlos Bolsonaro

A investigação da PF sobre os desvios na Abin já identificou indícios de que Ramagem abastecia o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro com informações. Por isso, o "filho 02" do ex-presidente chegou a ser alvo de busca e apreensão em uma fase anterior. Ele não é alvo de mandados nesta nova fase.

Outro lado

O UOL mandou mensagem para Sposito, Ramagem, Bormevet e Rodrigues e aguarda retorno. E tenta contato com Pozzer, Sales e Lemos

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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