A presidente da Assembleia Geral da ONU, Maria Fernanda Espinosa, afirmou que o mundo tem “uma dívida histórica para com os povos indígenas”.
POR – Da Redação
A presidente da Assembleia Geral da ONU, Maria Fernanda Espinosa, afirmou em seu pronunciamento na abertura do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas, que o mundo tem “uma dívida histórica para com os povos indígenas”. Ela ressaltou também que 15% das pessoas mais pobres do mundo são indígenas.
Uma das participantes do evento foi a brasileira Sara Yawanawa, integrante dos Yawanawa, do estado do Acre. “É uma troca de experiências muito grande. Isso nos fortalece, nos fortalece como indígenas, para lutar pelos nossos direitos. A gente consegue ver que os problemas não são os mesmos, são parecidos, mas a gente está junto nessa luta. É a partir daí que a gente se fortalece, para cada um lutar pelos seus direitos, pela sua comunidade, não importa se é no Brasil (ou) se é noutro país. A gente está junto lutando pelo mesmo objetivo.”
No evento de abertura, a ativista e indígena Anne Nuorgam, da Finlândia, foi eleita presidente da sessão do fórum. A finlandesa afirmou que “o conhecimento tradicional está no centro da identidade, cultura, línguas, herança e formas de sobrevivência e tem de ser protegido”.
Segundo a indígena, “histórias globais de colonialismo, exploração e desapropriação continuam minando e desvalorizando o conhecimento tradicional”. Para Anne, “entender o passado e buscar a reconciliação é uma parte importante dos esforços” para combater essas ameaças aos saberes dos povos originários.
Maria Fernanda Espinosa afirmou ainda que “o conhecimento tradicional dos povos indígenas, como um todo, desempenha um papel central nas ações de mitigação e combate às mudanças climáticas”.
A presidente da Assembleia Geral da ONU pediu mais avanços na implementação do Ano Internacional das Línguas Indígenas, celebrado em 2019, como parte dos esforços para preservar esses saberes.