Imagem: Freepik
Mudanças climáticas e acesso à energia renovável para todos
POR – CLAUDIA SCHAEFFER
Temos vivenciado eventos significativos resultantes dos modelos climáticos previstos pela ciência há quase uma década. O aumento da temperatura global e da quantidade de chuvas e de secas intensas estão impulsionando os chamados eventos climáticos extremos em todo o planeta. As recentes inundações no estado do Rio Grande do Sul são, talvez, um dos exemplos mais contundentes e tristes da história de tragédias ambientais no Brasil.
As perdas e os impactos são incontáveis. Da vida em si, de pessoas, fauna e flora, às estruturas sociais, econômicas, educacionais, de saúde, e de toda vida produtiva dessas regiões. Mais do que nunca, é necessário avançar em ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Parafraseando um texto jornalístico onde se diz que “a natureza não negocia, ela age” temos a certeza de que é imprescindível acelerarmos nossos esforços conjuntos para encontrar respostas aos desafios em âmbito social, ambiental e econômico. As mudanças climáticas não são perspectivas para o futuro ou uma realidade que virá. Elas já existem, já estão acontecendo.
Na Dow, como companhia multinacional líder em ciência dos materiais, temos trabalhado continuamente para acelerar nossa jornada em ESG e alcançar nossos objetivos de proteção do clima por meio de parcerias colaborativas. Estamos posicionados na base das principais cadeias de produção da economia global.
Cientes de nosso papel, temos a oportunidade de desenvolver projetos, ações e iniciativas colaborativas, tendo como foco a redução das emissões de GEE e desenvolvimento sustentável, agindo de maneira intencional para a descarbonização da indústria e dos processos produtivos. Fornecemos insumos químicos para diversas indústrias, com ênfase à atuação na América Latina e no Brasil, regiões que ocupam uma posição diferenciada em energias renováveis. A escalabilidade de renováveis nos últimos anos, disponível hoje a preços competitivos, tornou-se um elemento importante na redução de pegada de carbono da companhia.
Já reduzimos nossas emissões de carbono em 15% entre 2005 e 2020. Até 2025, pretendemos reduzir nossas emissões de carbono em 2 milhões de toneladas. Até 2030, reduziremos as nossas emissões líquidas anuais de carbono em 5 milhões de toneladas e, até 2050, pretendemos ser neutros em carbono.
Consolidamos nossa metodologia de medição de gases de efeito estufa de escopo 1 e 2, assim como nos aprofundamos no rastreamento e medição de emissões de escopo 3. Para alcançar as metas propostas, a Dow investe fortemente em cinco frentes: otimização das instalações e processos de fabricação para operações mais sustentáveis; aumento no uso de energia limpa e renovável, colaboração com fornecedores e clientes para reduzir as emissões de carbono nas cadeias de valor; investimento em desenvolvimento e escalabilidade de tecnologias produtivas de baixo carbono; e desenvolvimento de produtos, tecnologias e serviços inovadores que reduzam as emissões das cadeias de valor.
Vale enfatizar que, no Brasil, estão localizadas três das 25 plantas globais da Dow com maior consumo de energia. Atualmente, 7 das 9 unidades produtivas consomem 100% de energia renovável, que representam 70% de toda a energia consumida nas operações brasileiras. Estamos trabalhando para que todas as operações no país atinjam 100% em consumo de energia limpa a partir de 2025, nos posicionando entre as empresas químicas com maior contratação de energia renovável em solo brasileiro.
Trabalhamos para oferecer produtos que ajudem nossos clientes e os clientes de nossos clientes a reduzirem suas pegadas de carbono. Como exemplo, podemos citar tecnologias e soluções presentes em automóveis que os tornam mais leves e exigem menos consumo de combustível; soluções em infraestrutura e construções para edifícios com maior eficiência energética; soluções em embalagens para alimentos que os mantêm seguros e frescos por mais tempo; entre tantos outros.
Queremos impulsionar novos ecossistemas de negócios cada vez mais sustentáveis, seguros e escaláveis para avançar na Agenda 2030 global e materializar a pauta proposta pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, colaborando de maneira intencional sobre a ODS 7 (Energia acessível e limpa), entre outras, que fazem parte de nossa agenda de trabalho. Investimos no desenvolvimento do mercado de energia renovável na celebração de grandes contratos e parcerias na área. Somos parte integrante de um todo e assim como outras grandes empresas, desempenhamos um papel fundamental na intensificação de parcerias positivas, integradas e coordenadas que tragam benefícios para todos – meio ambiente, sociedade, empresas e negócios.
A realização da COP30 no Brasil é emblemática. Como região estratégica, que abriga uma das maiores biodiversidades e grande parte dos recursos de energia renovável do planeta, o país apresenta um imenso potencial na liderança regional em políticas públicas que possam contribuir para a redução dos impactos resultantes das mudanças climáticas.
A tragédia ambiental sem precedentes, ainda em andamento, no Sul do país, infelizmente materializa a urgência do avançar em parcerias, soluções e projetos relacionadas à proteção do clima, em todas as esferas – públicas e privadas, em todos os setores produtivas, em todas as frentes.
Mais do que nunca, o planeta e as pessoas, prioridades para a Dow, precisam de propostas e ações colaborativas para que possamos construir juntos um futuro mais sustentável e adaptado, de maneira positiva, às novas condições climáticas.
Claudia Schaeffer é Diretora Global de Negócios para Energia e Mudanças Climáticas da Dow e presidente do Comitê ESG para a América Latina. Possui vasta experiência no tema, tendo desenvolvido sua carreira na companhia. Formada em Engenharia Química, possui especializações em Química Industrial, Gestão de Negócios, Marketing Estratégico, Especialidades Químicas e em setores como Plásticos Industriais, e Óleo e Gás. A executiva integra importantes fóruns nacionais e globais e atua na Dow há mais de 23 anos.
**As opiniões expressas no artigo não necessariamente expressam a posição de NEO MONDO.