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POR – REDAÇÃO NEO MONDO
O filme “Mulheres na Conservação” lança olhar delicado e sensível sobre a vida e o trabalho de sete heroínas da luta ambiental
A história de sete mulheres cientistas brasileiras, que realizam um trabalho importantíssimo na área de conservação ambiental no país, é tema do documentário “Mulheres na Conservação”, que será lançado na próxima quarta-feira (8), Dia Internacional das Mulheres. O material foi produzido a partir da websérie que leva o mesmo nome, realizada com o apoio da Fundação Toyota do Brasil. A pré-estreia acontecerá no Belas Artes, em São Paulo.
Ao conhecer e entrevistar algumas das pesquisadoras, a jornalista ambiental Paulina Chamorro, criadora do podcast Vozes do Planeta, lançou em 2019, ao lado do fotógrafo João Marcos Rosa, a websérie Mulheres na Conservação, que contou com o apoio da Fundação Toyota do Brasil. O documentário faz um recorte poético e delicado da websérie — que continua online e ativa, contando histórias e divulgando o trabalho de mulheres cientistas da natureza.
No filme, são colocadas em foco a vida de: Patrícia Medici, da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB-IPÊ), Neiva Guedes, do Instituto Arara Azul, Bárbara Pinheiro, da Universidade Federal de Alagoas (PDCTR/UFAL), Flávia Miranda, do Instituto Tamanduá, Márcia Chame, das fundações Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e Homem Americano, Maurizélia de Brito e Silva, da Reserva Biológica do Atol das Rocas (ICMBio/MMA) e Beatrice Padovani, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O documentário Mulheres na Conservação tem 45 minutos de duração e pretende cumprir a importante função de inspirar as novas gerações de pesquisadoras, ao mostrar a determinação, a rotina, o trabalho e os resultados dessas profissionais na natureza, além de investigar parte do universo feminino que se destaca à frente dos principais projetos de conservação de fauna, flora e áreas no Brasil.
IN LOCO
Ao longo de quase três anos, Paulina e João percorreram 12 estados brasileiros para acompanhar as protagonistas reais da preservação ambiental, que aceitaram abrir a vida, o coração, a rotina e contar suas histórias. O documentário tenta trazer, de forma simples, direta e intimista, a relação dessas grandes mulheres com a conservação do meio ambiente no Brasil.
TRILHAS PESSOAIS
O trabalho dessas mulheres cientistas, além da comprovada recuperação das espécies que estudam, também transformam as comunidades nas regiões em que desenvolvem as pesquisas. A simbiose das protagonistas com os moradores e o ambiente em que atuam também está no filme e empresta colorido especial às histórias. O documentário traz, ainda, uma trilha sonora exclusiva e personalizada, produzida pelo músico Camilo Carrara. Cada heroína tem uma música inédita, como melodias íntimas que embalam cada história e ilustram a narrativa.
AS DONAS DA HISTÓRIA
Pesquisadora e Coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB-IPÊ).
Há mais de 30 anos, atua como guardiã de um dos maiores mamíferos brasileiros: a anta. Patrícia entregou a vida, orgulhosamente, para tentar salvar essa espécie tão emblemática. Engenheira florestal, especializou-se em Ecologia e técnicas de manejo sustentável, justamente para estar nas comunidades que vivem ao lado das antas. Uma das questões que intrigam Patrícia é a comunicação entre cientistas e outras comunidades. Assim, sonha com a conciliação entre sobrevivência humana e preservação da natureza nos rincões do Brasil. Interagir pela Humanidade e pela Natureza.
Pesquisadora e Presidente do Instituto Arara Azul
Ainda bem jovem, Neiva descobriu a delícia de estar na Natureza. E, na primeira oportunidade de trabalhar em campo, canalizou toda essa paixão para uma das iniciativas mais bem-sucedidas na história da conservação brasileira: o Projeto Arara-azul. Logo que terminou a graduação em Biologia, iniciou as investigações no Pantanal, para mapear os fatores que haviam levado a população de arara-azuis a um declínio tão substancial. Hoje, passadas três décadas, as ações do projeto Arara Azul já conseguiram reverter a situação: dos anos 1980 para cá, a população aumentou em mais de 150%. É amor que protege.
BÁRBARA PINHEIRO
Pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (PDCTR/UFAL)
Bióloga com doutorado em Oceanografia, Bárbara estuda ambientes recifais da região Nordeste do Brasil, com destaque para o impacto da acificação oceânica e costeira nos corais. Atualmente, dedica-se à pesquisa e trabalhos de extensão na Costa dos Corais alagoana. É diretora-executiva do Instituto Yandê, focado na integração do conhecimento científico com a sociedade. Bárbara faz parte da
Liga das Mulheres pelo Oceano e Black Women in Ecology Evolution and Marine
Science. Interagir e unir para mudar o mundo.
Presidente do Instituto Tamanduá
Médica-veterinária, Flávia comanda o projeto que leva luz às informações sobre esse grupo de mamíferos ameaçados no Brasil. Nos últimos anos, passou a dedicar esforços na biologia do menos conhecido dentre os três tamanduás que ocorrem no Brasil: o Tamanduaí. Embrenhada nos manguezais do Delta do Parnaíba, no Piauí, Flávia tenta levantar informações sobre uma espécie que ainda é um mistério para a ciência. Pesquisar para revelar.
Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz e diretora científica da Fundação Homem Americano e membro-titular representante do Ministério da Saúde no Conselho Nacional da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente.
Márcia é referência nas áreas em que atua: Ecologia, Parasitologia, com ênfase em Helmintos de Mamíferos Selvagens. Há décadas, a pesquisadora dedica-se a espécies exóticas invasoras, paleoparasitologia, biodiversidade, parques nacionais e conservação. Atua incansável em frentes de combate e prevenção à zoonoses. Preservar a natureza é cuidar da saúde de todos.
Chefe da Reserva Biológica do Atol das Rocas/ICMBio/MMA
Zélia Brito, ou Zelinha, é uma das principais referências na conservação da vida marinha no país e comanda, há 20 anos, a primeira unidade de conservação marinha brasileira. A integração e o amor de Zelinha com o ambiente em que vive desde criança é de encher os olhos. Além de especialista no tema que pesquisa, Zelinha é essencial para a comunicação entre os diversos grupos envolvidos com o Atol das Rocas, enxerga com clareza os diversos pontos de vista e, dia-a-dia, espalha consciência ambiental. Vivenciar para revolucionar.